Proveniência, taxa de sedimentação e propriedades magnéticas dos sedimentos holocênicos da Lagoa dos Patos

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Ivanoff, Michel Doeppre
• Orientador(a): Toldo Junior, Elirio Ernestino
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Geocronologia; Proveniência sedimentar; Susceptibilidade magnética
• Palavras-chave em Inglês: Lagoon sedimentation; Sedimentation rate, 210Pb geochronology; Sedimentary source; Magnetic susceptibility; Heavy metals
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268069

A Lagoa dos Patos, localizada na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, apresenta padrão climático com significativas oscilações interanuais na precipitação associado ao evento atmosférico-oceânico El Niño. Esse fator, combinado ao uso intensivo do solo e as diversas atividades econômicas regionais, afetam a qualidade e a quantidade dos sedimentos que depositam em seu interior. As taxas de sedimentação da Lagoa dos Patos, estimadas através dos métodos geocronológicos 210Pb e 137Cs em quatro testemunhos geológicos, ocorrem na ordem de 7 mm.a-1, 5,5 mm.a-1, 4,4 mm.a-1 e 4,8 mm.a-1 no sentido Norte-Sul. O Rio Guaíba é o principal condicionante na diferença de sedimentação interna, aumentando as taxas ao Norte da laguna. Além disso, o método Constant Rate of Supply (CRS) detectou variações interanuais significativas nas taxas de sedimentação em períodos de eventos climáticos El Niño, principalmente nos locais amostrados próximos às desembocaduras fluviais. Medições magnéticas demostraram que os fragmentos líticos provenientes das rochas vulcânicas, com maior concentração de Fe e Ti, promovem aumento de susceptibilidade magnética nos sedimentos depositados no sistema Guaíba-Patos, sendo marcante o aumento de partículas magnéticas nas camadas superiores dos perfis amostrados a montante. Análises químicas no sedimento demonstraram enriquecimento de metais pesados, utilizados comumente em atividades industriais e agrícolas, os quais apresentaram forte correlação com a susceptibilidade magnética, possibilitando estabelecer um método proxy não destrutivo na estimativa de contaminação. Análises isotópicas de Sm-Nd possibilitaram aferir rastreabilidade dos sedimentos em intervalos de longo período, sendo constatado novamente um predomínio na sedimentação das drenagens da Bacia do Paraná ao norte da Lagoa dos Patos. Por outo lado, nos setores Centro e Sul ocorrem mudanças de rochas fontes ao longo da coluna sedimentar. Datações por 14C revelaram correlações entre o período semiárido do Holoceno e a sedimentação nos setores Centro e Sul da Lagoa dos Patos, que por sua vez, apresentam influência significativa nas assinaturas isotópicas dos rios Camaquã e Jaguarão. Adicionalmente, a Plataforma Continental, adjacente a desembocadura lagunar, ocorre predomínio de assinaturas isotópicas das drenagens que escoam sobre as litologias do setor sul do Brasil, contrariando a tendência da Margem Continental Sul brasileira que prevalece sedimentação do Rio de la Plata.