Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Fischer, Maria Isabel |
Orientador(a): |
Heineck, Isabela |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/164117
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Resumo: |
Objetivo: Avaliar o uso de trombolíticos, antibióticos e analgésicos e a ocorrência de complicações pós-cirúrgicas em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica (CB) no Hospital Nossa Senhora da Conceição/RS. Método: Foi conduzida uma coorte prospectiva, não controlada no período de junho de 2011 a outubro de 2013. Foram realizadas entrevistas com os pacientes durante o período de internação, 15 e 30 dias após a cirurgia. Para avaliação da profilaxia antibiótica os desfechos foram infecção de ferida operatória (IFO) e óbito. Eventos tromboembólicos foram os desfechos estudados para investigação da tromboprofilaxia, sendo também analisados custos associados. Os dados relativos ao paciente, à cirurgia e aos fármacos utilizados foram coletados a partir do prontuário do paciente. A dor foi avaliada nos três primeiros dias pós-cirurgia por dois instrumentos independentes. Resultados: Um total de 149 pacientes fez parte do estudo da profilaxia antibiótica, sendo predominantemente mulheres (89,3%). A idade média foi de 41,6 anos e o índice de massa corporal médio foi de 51,7 kg/m2. Comorbidades como diabetes e hipertensão foram observadas em 40,3% e 59,7% dos pacientes, respectivamente. Todos os pacientes receberam profilaxia antimicrobiana (cefazolina 73,8%, cefoxitina 25,5% e gentamicina 0,67%). IFO foi constatada em 9 (6,04%), 4/110 (3,64%) e 5/38 (13,2%) dos pacientes recebendo cefazolina e cefoxitina, respectivamente (RR=3.62 - 95% IC 1,02-12,8, p=0,049). A vigilância pós-alta detectou 4/9 (44,4%) dos casos de IFO. O estudo da tromboprofilaxia contou com 134 pacientes. Enoxaparina 40 ou 60 mg foi administrada em todos os pacientes, sete tiveram doses flutuantes e seis receberam heparina sódica em adição. Um paciente (0,75%) apresentou evento tromboembólico. O custo total da tromboprofilaxia foi de US$ 3,346.89. No estudo que avaliou a medicação para dor pós-operatória, foi observado que morfina + dipirona foi o esquema analgésico mais freqüente nos dois primeiros dias (69.9% e 61,4% dos pacientes, respectivamente), sendo dipirona isolada mais frequente no terceiro dia. Quando a escala analógica visual foi empregada para avaliação da dor 54,8% e 41,4% dos pacientes apresentaram dor moderada ou intensa nos dois primeiros dias, respectivamente. De acordo com esta escala não foram encontradas diferenças nas doses médias de morfina e dipirona para as categorias de dor leve, moderada ou intensa. Contudo, usando-se o questionário como instrumento para avaliação da dor, foram observadas doses mais altas de morfina em pacientes com escores de dor mais elevados (p<0,01). Conclusões: A escolha do antimicrobiano isoladamente não garante a profilaxia, uma vez que outras variáveis podem influenciar. Os dados demonstram falta de uniformidade na profilaxia antimicrobiana e sugerem a superioridade da cefazolina sobre a cefoxitina na prevenção da infecção de ferida operatória. Em relação aos tromboliticos utilizados na profilaxia foi observado que as diretrizes do hospital estudado não são seguidas. Os custos desta profilaxia variam com o medicamento empregado e indicam a necessidade de uma reavaliação nas diretrizes da instituição. Para analgesia, não observamos diferenças nas doses médias de morfina e dipirona. Uma proporção elevada de pacientes apresentou dor moderada ou intensa nos primeiros dois dias após a cirurgia, sugerindo inadequação da analgesia. O estudo contribui para desenvolvimento de protocolos para profilaxia de IFO e de eventos tromboembólicos, assim como para melhor manejo da dor pós-operatória em pacientes submetidos à CB. |