Histórico ocupacional e sua relação com a função motora : um estudo transversal de pacientes com doença de Parkinson do Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Quadros, Francine Würzius de
Orientador(a): Schuh, Artur Francisco Schumacher
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/288312
Resumo: INTRODUÇÃO: Embora vários estudos tenham examinado o papel da ocupação profissional e do nível educacional em relação ao risco de desenvolver a doença de Parkinson (DP), o impacto desses fatores socioeconômicos na gravidade e características dos sintomas motores e das atividades da vida diária permanece pouco compreendido. Este estudo tem como objetivo investigar relações entre o status socioeconômico ao longo da vida, incluindo a ocupação, e as características dos sintomas motores e das atividades da vida diária entre pacientes com DP do sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal que utilizou dados de uma coorte maior de 233 pacientes com DP acompanhados em um hospital terciário de Porto Alegre no período de 2018-2019. Do total de pacientes, 127 responderam completamente ao questionário sobre fatores socioeconômicos e histórico de exposições ocupacionais. As variáveis analisadas incluíram informações sobre apoio social, acesso a cuidados médicos, ocupações profissionais, renda e exposição a pesticidas e metais pesados. A análise estatística foi conduzida no R-Studio (versão 4.3.3) utilizando modelos de regressão linear para explorar relações entre as variáveis e os escores totais do MDS-UPDRS III (função motora). Uma análise secundária foi realizada para avaliar relações com os escores do MDS-UPDRS II (atividades da vida diária). RESULTADOS: Entre os 127 pacientes, 51,2% eram mulheres e 44% relataram ter parado de trabalhar devido à DP. Relações foram observadas entre exposição a pesticidas, ocupações como operadores de máquinas ou semi-especializadas e pior função motora e desempenho em atividades diárias. Por outro lado, ocupações administrativas ou de vendas apresentaram relação com melhores resultados na MDS-UPDRS III. A regressão múltipla indicou que maior duração da doença (p = 0,023), exposição a pesticidas (p <0,001) e ocupações semi-especializadas (p = 0,012) apresentaram relação com maior comprometimento motor. Esses fatores também se relacionaram a pior desempenho nas atividades diárias. CONCLUSÕES: Este estudo identifica relações entre a exposição a pesticidas e ocupações específicas, como operadores de máquinas, e características mais graves dos sintomas motores em pacientes com DP. Esses achados destacam a importância de aprofundar a investigação sobre exposições ocupacionais e reforçam a necessidade de políticas públicas para mitigar potenciais impactos.