A ecologia industrial e as teorias de sistemas, institucional e da dependência de recursos a partir dos atores de um parque tecnológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Trevisan, Marcelo
Orientador(a): Nascimento, Luis Felipe Machado do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/78035
Resumo: Simultaneamente, eleva-se o interesse pelo desenvolvimento sustentável e os inerentes desafios a ele vinculados. Por outro lado, como uma possibilidade de alcançá-lo entrou em evidência o conceito de Ecologia Industrial (EI). Sua perspectiva fundamental tem a natureza como modelo visando a integração entre os sistemas ecológico e industriais. Caracteriza-se por três escalas de atuação e a Simbiose Industrial (SI) é a mais difundida, envolvendo o intercâmbio de materiais, produtos, água, energia, resíduos, informações, experiências e conhecimentos entre organizações (POSCH, 2010; GIURCO et al., 2011). Entretanto, Deutz (2009) destaca que a EI possui questões emergentes e que necessitam de mais aprofundamentos com as ciências sociais. Em geral, suas pesquisas partem do campo técnico e encontram dificuldades de serem implementadas e aceitas porque não foram confrontadas com os sistemas sociais e de poder que envolvem as organizações. Existindo espaços para estudos que considerem aspectos como cultura, valores, elementos políticos e de poder nas relações interorganizacionais. Dedicando-se uma atenção mínima a esses aspectos reduz-se o potencial contributivo da EI. O desafio é aprofundar, ampliar e integrar as análises em uma concepção sistêmica e transdisciplinar orientada para o desenvolvimento sustentável. Resultados satisfatórios diante dessas imposições abrangem investimentos em P&D, em produtos ecoinovadores e alterações nas práticas de negócios (LOMBARDI; LAYBOURN, 2012). Assim, esta tese objetivou analisar as percepções dos atores de um parque tecnológico diante das interações da Ecologia Industrial com as convergências entre as teorias de Sistemas, Institucional e da Dependência de Recursos. A construção do referencial teórico pautado nas referidas teorias possibilitou estabelecer conexões com a EI e promover a elaboração das categorias de análise que serviram de base para a construção das proposições. A partir da abordagem qualitativa, de uma perspectiva multidisciplinar e do estudo de caso, definiu-se como objeto de estudo a Associação Parque Tecnológico de Santa Maria, RS, Brasil. Utilizou-se dados primários e secundários compostos por fontes como documentos, acompanhamento de reuniões e observações. Contudo, o principal instrumento de coleta foram entrevistas realizadas com 28 integrantes do parque tecnológico. Para a análise dos dados empregou-se a técnica de análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram que os atores reconhecem a necessidade de ações integradas entre organizações, todavia ainda não consideram que a preservação ambiental seja um valor socialmente aceito e reconhecido com impactos significativos nos resultados empresariais que garantam a sobrevivência da organização. Em geral, as relações não são pautadas por um contexto institucional que incentiva objetivos compartilhados visando suprir recursos críticos. Decisões oriundas do hábito e a ausência de clareza sobre os pressupostos da EI dificultam a sua operacionalização. Embora seja afirmado que exista disposição para abdicar do controle de recursos para obtenção de melhores resultados coletivos, empiricamente a intenção foi pouco observada. Os atores percebem falta de discernimento quanto às responsabilidades das universidades e dos setores público e privado locais no desenvolvimento das interações.