Avaliação da toxicidade de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e suas misturas presentes nos fumos de asfalto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Göethel, Gabriela
Orientador(a): Garcia, Solange Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201192
Resumo: Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) representam risco à saúde humana, pois alguns são comprovadamente cancerígenos. No presente estudo, foram avaliadas as toxicidades aguda e crônica dos HPAs: fluoreno, benzo(b)fluoranteno, 2-nitrofluoreno e benzo(a)pireno, individualmente e em mistura, no modelo alternativo in vivo Caenorhabditis elegans. Foram avaliados a letalidade dos vermes (dose letal 50% - DL50), o efeito dos HPAs sobre o desenvolvimento e estresse oxidativo após exposição aguda (30 min) ou crônica (12h). Os dados experimentais obtidos individualmente foram utilizados para prever os efeitos tóxicos agudos combinados de três misturas. Duas misturas foram preparadas combinando os quatro constituintes proporcionalmente às suas respectivas DL50 (Mix A – toxicidade equipotente) ou DL01 (Mix B), cujos constituintes foram misturados em doses não tóxicas. A mistura C baseou-se em níveis ambientais de HPAs. As DL50 individuais obtidas na avaliação da toxicidade aguda para fluoreno, benzo(b)fluoranteno, 2-nitrofluoreno e benzo(a)pireno foram, respectivamente, 15,44; 8,14; 14,03 e 17,43 mg.L-1. Na avaliação da toxicidade crônica as DL50 individuais encontradas para o fluoreno, benzo(b)fluoranteno, 2-nitrofluoreno e benzo(a)pireno foram 5,47; 2,92; 1,33 e 1,93 mgL-1. Foram aplicados os modelos farmacológicos de adição da dose (AD) e ação independente (AI) para prever os efeitos das misturas. As previsões de DL50 para Mix A, Mix B e Mix C considerando o modelo AD, foram 13,80, 16,64 e 12,07 mg.L-1. Para AI, as previsões foram 9,84, 15,70 e 8,31 mg.L-1. A DL50 experimental observada para Mix A foi de 30,91 mg.L-1 caracterizando um antagonismo em C. elegans. Foram observados sinergismos para Mix B (DL50 10,08 mg.L-1) e Mix C (DL50 7,20 mg.L-1). O desenvolvimento dos vermes foi afetado tanto após exposição aguda ou crônica, bem como as misturas de HPAs. Este efeito foi acompanhado por níveis aumentados de radicais livres, seguido de aumento das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) na avaliação aguda. Na exposição crônica aos HPAs foi observado também alterações na reprodução dos vermes. Verificamos atraso na postura dos ovos, indicando atraso na reprodução do C.elegans. Os desvios encontrados entre os dados experimentais e os dados previstos podem estar relacionados ao perfil metabólico dos componentes da mistura, o que não é previsto pelos modelos matemáticos. Esses resultados demonstram a toxicidade dos HPAs estudados assim como o efeito sinérgico da exposição a mistura destes poluentes. Além disso, foi evidente a participação do estresse oxidativo como um dos mecanismos de toxicidade envolvidos.