Voz, batida e movimento : narrativas de vida e a formação de sujeitos no rap

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Robson Peres da
Orientador(a): Passiani, Enio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Rap
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/218642
Resumo: A presente pesquisa procura entender as transformações sociais ocorridas no âmbito cultural a partir do rap e seus desdobramentos na formação de sujeitos políticos. O rap, desde seu início no Bronx, por meio de uma Estética Africanista, tem fornecido estratégias de sobrevivência para jovens marginalizados pela ordem vigente, se demonstrando, dessa forma, como uma importante prática de resistência para a cultura afrodiaspórica. No Brasil, o Racionais MC’s e seu paradigmático Sobrevivendo no inferno (1997) possibilitou não apenas a emancipação individual de seus membros, mas a formação de um sentimento comum na periferia tendo como horizonte a vida. Mais do que contar a história da periferia, o rap tem sido produtor de sujeitos que tomam parte da história, modificando seus destinos. Com as mudanças no contexto político e social pós anos 1990, novos questionamentos têm sido colocados ao rap: se, por um lado, o rap avançou como produto no mercado nos últimos anos, movimentando altos valores em vendas, vestuários, publicidade etc, por outro, sua fundamentação em princípios coletivos, tendo como horizonte a periferia, resiste a esse mesmo mercado (OSUMARE, 2007), um jogo de poder cujo rapper participa ativamente. Partindo dessa perspectiva, tomamos como norte a seguinte questão: Qual a contribuição do rap na formação de sujeitos políticos e que política fazem os rappers em seu contexto? Para tanto, optamos por abordar o assunto a partir do cotidiano vivido, investigando sob o ponto de vista do sujeito. A pesquisa se configura como qualitativa. Procuro, a partir de entrevistas narrativas, participação observante e análise da performance, coletar dados da história de vida, assim como das práticas cotidianas dos rappers na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Como resultado a pesquisa demonstra que o rap produz regimes democráticos na periferia por meio de manifestações públicas, assim como instaura uma política estruturada sobre laços de amizade, possibilitando aos sujeitos históricos que produzam e se apropriem de sua narrativa.