Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Cassol, Bibiana |
Orientador(a): |
Mariath, Jorge Ernesto de Araujo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/194352
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Resumo: |
Sagittaria montevidensis Cham. et Schlecht. (sagitária) é uma macrófita aquática emergente e perene, considerada invasora de áreas com cultivo de arroz pré-germinado. O método de controle químico, geralmente empregado, tem se mostrado pouco eficaz, pois a espécie desenvolveu biótipos resistentes a herbicidas. Conseqüentemente, é importante a procura de métodos alternativos para o manejo de sagitária. Os dois principais objetivos deste trabalho foram: avaliar a influência da profundidade da água (0-20cm) sobre a germinação e desenvolvimento de S.montevidensis, através de análise morfo-anatômica; destacar algumas estratégias utilizadas nas fases vegetativa e reprodutiva, que possibilitam seu sucesso em ambientes com distúrbios freqüentes. Para a análise quantitativa dos caracteres morfológicos, foram utilizados diásporos de sagitária, existentes no banco de sementes do solo coletado na EEA-IRGA, em Cachoeirinha-RS. Os tratamentos constaram de quatro condições de inundação: solo saturado, 5, 10 e 20 cm de submersão em lâmina d’água. Aos 49 dias após a instalação do experimento, foram avaliadas as seguintes variáveis: número de plantas, de folhas e de raízes; massa seca total; estatura da planta e comprimento das folhas linear, espatulada e sagitada (lâmina foliar e pecíolo) e do escapo floral. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância não-paramétrica de Kruskall-Wallis e teste de comparações múltiplas (qui-quadrado) com nível de significância de 5% de probabilidade Para a análise anatômica, o material botânico foi fixado em solução de glutaraldeído 1%:formaldeído 4%, desidratados em série etílica ascendente, com passagem em clorofórmio, infiltrados em hidroxietilmetacrilato, secionados a 5µm de espessura e corados com Azul de Toluidina O (0,05%). Foram realizados testes histoquímicos para detecção de amido, proteínas totais, polissacarídeos insolúveis, ácidos pécticos, lignina, lipídios totais e celulose e reações de fluorescência para calose e celulose, utilizando-se material fresco ou fixado. As amostras foram observadas ao microscópio Leica DM R, em campo claro, polarização, contraste interferencial e fluorescência. Grãos-de-pólen de flores em antese foram submetidos à técnica de acetólise para análise em microscopia eletrônica de varredura (M.E.V.). As sementes germinaram na presença de lâmina d’água, não sendo constatada germinação em solo saturado. Verificou-se uma relação positiva entre a estatura da planta e a profundidade da água, obtida através do alongamento do pecíolo e do escapo floral. As folhas apresentaram desenvolvimento heteroblástico e anatomia foliar distinta, nos respectivos estádios ontogenéticos A diferença observada nos mesofilos dos três tipos foliares (linear, espatulado e sagitado) pode estar relacionada à fase do ciclo de vida em que a planta se encontra. As raízes adventícias possuem aerênquima diferenciado a partir das células derivadas da endoderme meristemática (DEM), com desenvolvimento esquizo-lisígeno. Grande parte do córtex radical é formada pelas DEM; o córtex externo tem origem no meristema fundamental e é constituído por uma exoderme e uma hipoderme. A parede da antera é formada por uma epiderme papilosa, um endotécio com espessamento celulósico e uma camada média efêmera. O tapete é do tipo ameboidal e possui células uninucleadas. A microsporogênese é do tipo sucessiva, formando tétrades isobilaterais e, com menor freqüência, decussadas. Os grãos de pólen maduros são pantoporados e possuem uma exina espinescente com presença de “pollenkitt”. No estádio de dispersão, eles são tricelulares. O rudimento seminal tem placentação basal, é anátropo, bitegumentar e tenuinucelado. A célula-mãe de megásporo é subdérmica e, na primeira fase da meiose, produz uma díade. A célula de posição micropilar degenera e a calazal entra na segunda fase meiótica, finalizando a esporogênese em uma condição bispórica. O desenvolvimento do gametófito é do tipo Allium. O ginófito maduro é, geralmente, formado por seis células e sete núcleos A fecundação é porogâmica e os embriões (esporofítico e xenofítico) são formados por anfimixia. O endosperma é do tipo Helobial. A semente madura é exalbuminada e o embrião, plantulóide multinodal. Em parte, a capacidade de adaptação observada em S.montevidensis está relacionada à morfologia do embrião plasticidade fenotípica; presença de um sistema de aeração bem desenvolvido; acúmulo de reserva energética em um curto período de tempo, através do desenvolvimento de folhas com estrutura de mesofilo, a qual permite alta eficiência fotossintética; fenologia da floração, propiciando a polinização cruzada; desenvolvimento e morfologia dos gametófitos que contribuem para a velocidade do processo de reprodução sexuada, através da dispersão de andrófitos tricelulares e do desenvolvimento bispórico do ginófito. |