Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Faé, Rogério |
Orientador(a): |
Misoczky, Maria Ceci Araujo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/15715
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Resumo: |
Esta tese tem por foco analisar a estratégia discursiva do Banco Mundial, caracterizado como organização central no campo discursivo do desenvolvimento, a qual dissemina formulações com vista à estabilização e crescimento do mercado em escala mundial. Com esse objetivo, e através da análise crítica de discurso, são examinadas as principais ações discursivas que, no período do imediato pós-guerra, buscaram promover o processo de industrialização e, ao categorizar as diversas nações entre desenvolvidas ou subdesenvolvidas, atribuíram às primeiras uma posição de modelo a ser seguido. Essa estratégia atingiu seu ápice com a defesa de Rostow, em 1961, da sociedade de consumo de massa como estágio último de desenvolvimento, com base em um processo evolutivo em que os diversos países somente se diferenciariam por uma questão temporal. Já as ações discursivas que ganharam forma nos países periféricos buscaram resistir à simples aceitação dos padrões formatados nos países centrais; primeiro, em defesa do nacionaldesenvolvimentismo e, a partir da identificação dos limites experimentados por essa estratégia, de um processo de desenvolvimento condicionado pela situação de dependência. A produção discursiva que teve por palco os países periféricos valorizou, também, uma análise influenciada pela produção teórica marxista que buscou dar visibilidade para os processos de apropriação de excedente com base em relações sócio-políticas. Essa ênfase ganhou novas variáveis através da teoria do sistema mundo, que atribuiu ao capitalismo um caráter monopólico com base em cadeias mercantis transnacionais. Nesse contexto, compreende-se a ação discursiva do Banco Mundial como resultado de uma lógica construída sob condições impostas pelos detentores dos meios de produção, objetivada sob premissas nacionais defendidas pelos países que primeiro se industrializaram, e constantemente reconstruída com vista à superação dos problemas que se apresentam à estabilização e disseminação dos mercados capitalistas e das pressões exercidas pelas ações discursivas que se contrapõem ao discurso dominante. Ao final, conclui-se que a posição assumida pelo Banco Mundial foi possível mediante uma estratégia de apropriação parcial de discursos específicos que emergiram em diversos contextos histórico-sociais e, posteriormente, através da produção de discursos originais que conferem maior coerência e força aos seus propósitos. |