Estresse ocupacional e obesidade abdominal em mulheres trabalhadoras no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Arruda, Harrison Canabarro de
Orientador(a): Olinto, Maria Teresa Anselmo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/278629
Resumo: Objetivo: O estresse ocupacional tem sido observado em trabalhadores do turno noturno, sendo que tanto o trabalho noturno quanto o estresse ocupacional podem favorecer o ganho de peso corporal e o acúmulo de gordura abdominal por meio de alterações comportamentais e metabólicas. Assim, o presente estudo objetivou explorar a relação entre estresse ocupacional, turno de trabalho e obesidade abdominal em duas amostras independentes com mulheres trabalhadoras do Sul do Brasil. Métodos: Trata-se da comparação de dois estudos transversais (repeated survey) de base ocupacional, com mulheres trabalhadoras do sul do Brasil, realizados nos anos de 2017 (n=400) e 2022 (n=400). A obesidade abdominal foi aferida por meio da circunferência da cintura (cm) e classificada pelo ponto de corte ≥ 88cm. O estresse ocupacional foi avaliado pela Job Stress Scale - versão resumida. Foram coletadas informações demográficas, socioeconômicas, ocupacionais, reprodutivas e de autopercepção de saúde. As análises multivariadas incluíram estratificação das amostras por estresse ocupacional (ausência vs. presença) e ajuste para demais potenciais fatores de confusão via Regressão de Poisson. Resultados: A média de idade das trabalhadoras foi de 35,8 ± 9,0 anos em 2017 e 34,2 ± 9,9 anos em 2022. As prevalências de obesidade abdominal foram 45,1% (IC 95%: 40,2–50,0) e 43,0% (IC 95%: 38,1–47,9) e de estresse ocupacional foram 22,9% (IC 95%: 18,8–27,1) e 21,0% (IC 95% 17,0–25,0), respectivamente em 2017 e 2022. Dentre as trabalhadoras com estresse ocupacional, aquelas trabalhando no turno noturno apresentaram uma probabilidade cerca de duas vezes maior de obesidade abdominal, quando comparadas às trabalhadoras do turno diurno (2017: RP=2,34; IC 95%: 1,49–3,68; p<0,001 e 2022: RP=1,92; IC 95%: 1,12–3,29; p=0,017). Conclusão: Nossos achados indicaram uma interação entre estresse ocupacional e trabalho noturno sobre a ocorrência de obesidade abdominal. Ademais, este estudo demonstrou elevadas prevalências de obesidade abdominal, especialmente em mulheres trabalhadoras do turno noturno, contudo não foram observadas mudanças significativas nas prevalências de estresse ocupacional e de obesidade abdominal no intervalo de cinco anos (entre 2017 e 2022).