Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Castro, Henrique Dorneles de |
Orientador(a): |
Soares, Paulo Roberto Rodrigues |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/289936
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Resumo: |
Nas primeiras décadas do século XXI, assistimos à constante transformação da entidade até então conhecida como cidade para uma nova forma urbana a partir do processo de metropolização. O espaço urbano se torna cada vez mais destino principal de grandes quantidades de capital buscando então se reproduzir através do processo de reprodução espacial capitalista. Assim, essa urbanização adquire contornos planetários devido à escala de atuação na qual acontece, realizando o processo de implosão-explosão do urbano (Lefebvre, 1970). A cidade, ao mesmo tempo em que implode porque perde suas características internas, transformando-se em metrópole, também "explode" porque se expande inexoravelmente sobre o território em escala global. Assim, a urbanização planetária (Brenner, 2018) é o modo de produção do espaço urbano da atual fase capitalista, na qual os diversos pontos e nós da rede urbana estão globalmente articulados. Isso acontece tanto diretamente, com capital estrangeiro ou internacional atuando nos mercados imobiliários de outros países, como indiretamente com o próprio processo local adquirindo as características que agora moldam a urbanização global. Esse modelo se desenvolve a partir dos processos de neoliberalização que primam justamente pela privatização e internacionalização do processo de produção do espaço urbano, deixado, assim como os outros setores da sociedade, nas mãos invisíveis do mercado. Esse cenário conta ainda com outro pilar de sustentação: o processo de financeirização, que consuma o processo de transformação do espaço urbano em mercadoria financeira através de empresas de capital aberto cujo foco passa a ser a extração da renda da terra para os acionistas investidores. Assim, a globalização financeira neoliberal transforma a cidade de um direito necessário à vida em um investimento essencial ao capital, afetando diretamente os moradores. Essa tese busca, então, analisar como esse processo se reflete em Porto Alegre através da ação das grandes empresas construtoras que atuam no espaço urbano buscando auferir a cada vez mais elevada renda da terra através desses mecanismos político- econômicos. A partir da análise do caso da construtora Melnick, que ao mesmo tempo em que exemplifica esse modelo implementado pelas outras empresas na cidade, também caracteriza-se como um caso único devido à sua força no poder local no caso em questão. Analisando a composição acionária da empresa, os empreendimentos como investimentos, a reprodução seriada de produtos padronizados, suas propagandas e termos e referências em línguas estrangeiras, demonstramos que o processo de produção do espaço urbano desta metrópole aponta para os parâmetros atuais dessa fase da urbanização capitalista, ao mesmo tempo em que traz novos aspectos únicos deste caso que devem ser incorporados às pesquisas que buscam o melhor entendimento possível do que é a cidade no capitalismo globalizado do e no século XXI. |