Manejo comportamental e estimulação de funções executivas em crianças com sinais de desatenção e hiperatividade baseados no Modelo de Resposta à Intervenção (RTI)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Micieli, Ana Paula Roim lattes
Orientador(a): Carreiro, Luiz Renato Rodrigues lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
RTI
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/26487
Resumo: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) está entre os Transtornos do Neurodesenvolvimento mais comuns em crianças em idade escolar. Ele é mais facilmente identificado após ingresso na escola, em função do aumento das demandas acadêmicas e sociais. Fatores externos, não relacionados a transtornos, podem causar comportamentos de desatenção e hiperatividade em crianças, como ambiente escolar aversivo, pouca didática do professor, problemas familiares, entre outros. Com vistas ao grande número de desafios que envolvem o aprendizado e o bem-estar das crianças, em especial comportamentos de desatenção e hiperatividade, este trabalho teve como objetivo principal propor e aplicar um modelo de intervenção com manejo comportamental e estimulação de funções executivas (FE) em crianças com sinais de desatenção e hiperatividade baseados no Modelo de Resposta à Intervenção (RTI). O modelo de RTI mais comum, originalmente utilizado para Transtorno de Aprendizagem, é o de 3 níveis, que vai desde a intervenção em grupo (Nível I) até a individual (Nível III). Neste trabalho foram realizados apenas os 2 primeiros. No Nível I foi realizado um rastreio de 116 crianças, do 2º ano do Ensino Fundamental I (EFI), para detectar aquelas em risco para o TDAH, seguido de orientações para professores sobre a aplicação de um manejo comportamental na sala de aula e reavaliação. No Nível II, foi realizada uma intervenção em FE e autorregulação, destinada às 22 crianças que não apresentaram melhoras após a intervenção do Nível I e reavaliação. Os instrumentos utilizados na avaliação foram: Questionário para rastreio de desatenção e hiperatividade baseado no DSM-5, Inventário de Dificuldades em Funções Executivas, Regulação e Aversão ao Adiamento (IFERA-I) e o Breve Monitor de Problemas – BPM-P e BPM-T. No Nível II, foi acrescentado um Roteiro de Observação utilizado para observar o comportamento de cada criança em cada uma das 12 sessões de intervenção deste nível. Não houve diferenças estatisticamente significativas após a intervenção no Nível I, o que pode estar associado a dificuldades dos professores na aplicação do manejo. No Nível II, houve uma tendência significativa de melhora nas crianças. Dados qualitativos, obtidos por meio do Roteiro de Observação, mostraram melhora no comportamento de 53% das crianças que realizaram as atividades do Nível II, contra 47% que tiveram piora no número de comportamentos adequados ou que não apresentaram mudanças. O RTI é um modelo de rastreio e intervenção precoce, que pode ser adaptado a diferentes transtornos, e que permite a identificação precoce de crianças em risco. Entretanto, é necessária sólida formação profissional para sua utilização, além de domínio dos instrumentos de avaliação e de intervenções sistematizadas, para garantir sua aplicação correta. É importante também a identificação correta das crianças em risco para o transtorno e a atuação precoce, para evitar que o problema se agrave e comprometa o percurso educacional e o bem-estar dessas crianças.