A Hora da Estrela: o eu e o outro um estudo da dêixis e da alteridade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva, Márcia Breguês Marques da lattes
Orientador(a): Alvarez, Aurora Gedra Ruiz lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25401
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar, através de uma leitura lingüístico-discursiva, o tema da identidade na obra A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. A questão identitária é apresentada, no romance, como uma das faces do mundo contemporâneo, composta por uma amálgama de fatores distintos, mas, ao mesmo tempo, inter-relacionados, através de fenômenos como a desreferencialização e a fragmentação do homem. Nesse estudo, será examinado como a linguagem poética opera com as formações ideológicas cristalizadas na sociedade capitalista, reproduzindo, nos discursos, o processo de dessubstancialização do homem. Sendo inúmeros os expedientes narrativos criados para expressar essa imagem humana, serão privilegiados os dêiticos, que investigaremos com o intento de compreender de que maneira eles atuam, na narrativa, marginalizando os indivíduos, vincando-lhes o sentimento de auto-anulação. Examinar-se-á o emprego da dêixis como marcador da posição ideológica do locutor, constituído na enunciação, em relação ao outro, evidenciando a segregação social na narrativa. Neste esforço interpretativo, observar-se-á que os dêiticos permeiam as falas representativas do meio, que apontam para protagonista da obra, Macabéa, como um ser marginalizado e inconsciente, dificultando, assim, a formação da sua identidade. Entrelaçando a análise dêitica e o conceito de alteridade, desponta o narrador-personagem, Rodrigo S.M. e a sua percepção a respeito do outro (Macabéa), reconstruindo, desta forma, os principais episódios deste jogo de identidades intercambiáveis. Serão observados que a identidade do narrador constituir-se-á do adiamento e da recusa, embora inúteis, de se reconhecer na alteridade, manifestada, sobretudo, por um discurso pautado na circularidade do emprego dos dêiticos.