Discurso político e discurso religioso evangélico: intersecções semióticas de discursos de Jair Messias Bolsonaro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rios , Helio Sales
Orientador(a): Barros, Diana Luz Pessoa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33748
Resumo: O Brasil foi forjado culturalmente de acordo com uma cultura judaico-cristã. Com as leis que seguimos, com as festividades e os feriados que guardamos, nota-se que essa formação seguiu — e ainda segue — essa cultura. Em vista disso, por mais que muitas mudanças são visíveis no que tange ao aspecto de vida dos brasileiros nos últimos anos, ainda temos bem claro esse estilo de vida condizente com essa cultura. Assim, podemos ver os costumes que norteiam essa cultura sendo não apenas fortemente enraizados como também meio de discursos, inclusive os políticos. Na tentativa de vencer eleições, candidatos usam em seus discursos políticos aspectos de discursos religiosos, ou seja, utilizam-se de uma sacralização do discurso político, defendendo o que grupos religiosos baseados na cultura judaico-cristã entendem como o melhor para o país. Em vista desse contexto, este trabalho busca analisar como, em seus discursos políticos, Jair Messias Bolsonaro se apropria de aspectos religiosos, visando a alcançar, principalmente, os evangélicos, que são o foco de pesquisa de nosso trabalho. O objetivo desta pesquisa, portanto, é apresentar como o discurso político tem se apropriado de termos religiosos para o convencimento de eleitores, enquanto os objetivos específicos desdobram-se em: i) verificar como esse convencimento foi construído visando especificamente o grupo evangélico; ii) analisar se tal convencimento pode ser ferramenta suficiente para a eleição de um político; iii) apontar os caminhos utilizados para se chegar a esse convencimento; e iv) apontar, se nesses discursos, aparecem tentativa de troca de favores entre o candidato Jair Messias Bolsonaro e os líderes evangélicos. Sob esse intuito, o arcabouço teórico se fundamenta em essência nos estudos semióticos de Algirdas Julius Greimas, cujos aprofundamentos e contribuições sustentam as análises. Diante da análise de três discursos de Jair Messias Bolsonaro — 1) o discurso do candidato Jair Messias Bolsonaro para a eleição presidencial; 2) o discurso do presidente Jair Messias Bolsonaro em uma homenagem a um músico; e 3) o discurso do candidato à reeleição presidente Jair Messias Bolsonaro —, observa-se que Jair Messias Bolsonaro, nos três discursos, mesmo em situações diferentes, manteve a mesma base discursiva de convencimento no intuito de agradar e aumentar o número de seus eleitores, principalmente no meio evangélico. Por fim, as conclusões alcançadas nos apresentam uma hipótese que, apesar de sair derrotado na última eleição, diferentemente do que ocorreu na primeira, os resultados da votação, em números, mostraram que Bolsonaro teve um aumento no convencimento de seus eleitores evangélicos (bem como no convencimento dos não evangélicos), isto é, ele soube convencer esse grupo específico (com potencial para aumentar) por meio de seus discursos o que poderá, mostrar, assim, uma possível consolidação do “bolsonarismo” nos próximos pleitos.