Efeitos da crise econômica de 2014-2016 sobre o mercado brasileiro de saúde suplementar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cella, Jose Luiz de Jesus lattes
Orientador(a): Maciel, Vladimir Fernandes lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/26427
Resumo: O objetivo deste trabalho é quantificar os efeitos da mais recente crise econômica brasileira sobre o equilíbrio de mercado dos planos de saúde suplementar durante os nove trimestres de recessão econômica. No ano de 2014, mais de 50 milhões de brasileiros, ou cerca de 25% da população, possuíam cobertura de assistência médica e hospitalar de planos de saúde suplementar, e aproximadamente 80% dos planos eram coletivos, contratados por meio de empresas, associações e outras entidades. Em apenas dois anos, em torno de 2,6 milhões de brasileiros deixaram de ter plano de saúde privado e retornaram ao atendimento público, passando a engrossar as filas do SUS. A crise econômica ocorrida no Brasil, no período de 2014 ao primeiro trimestre de 2017, dentre as diversas consequências na economia, provocou a redução do número de empresas empregadoras, elevou o endividamento das famílias e das empresas sobreviventes, reduziu os postos de trabalho e provocou efeitos severos sobre demanda na maioria dos setores. Para tanto, por meio de aplicação de metodologia econométrica de séries temporais avaliou-se o número de beneficiários de planos de saúde,o nível de emprego – representado pelo índicador Massa Salarial Ampliada Disponível – e taxa de reajuste de planos de saúde definida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS), de modo a validar ou não a hipótese da correlação positiva entre os eventos macroeconômicos e o desempenho do setor de saúde suplementar. Os resultados obtidos por meio dos métodos de vetores autorregressivos – VAR (vector autorregressive) e vetor de correção de erros – VEC (vector error correction), utilizando a Cointegração de Johansen, confirmam claramente a existência de cointegração e a relação forte da variável Massa Salarial Ampliada em relação à variável número de beneficiários das operadoras de plano de saúde. A queda de 1% na renda ou no emprego reduz em 0,57% o número de beneficiários das operadoras. O que nos permite dizer, em outras palavras, que a crise econômica brasileira de 2014-2017 afetou de forma relevante o setor de saúde suplementar, principalmente por meio da redução do número de beneficiários, decorrente da queda do emprego e da renda.