Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Sgoti, Silmara de Mattos |
Orientador(a): |
Souza Neto, João Clemente de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/40481
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Resumo: |
Os processos de globalização impactaram de forma significativa a América Latina, ampliando desigualdades econômicas e sociais, especialmente a partir da década de 1990, com a intensificação das práticas neoliberais, que subordinaram a região aos interesses das potências econômicas. Esse contexto promoveu uma reorganização das sociedades, aumentando a circulação de pessoas, produtos e ideias, fortalecendo a interação entre culturas e resultando em um multiculturalismo que, embora aparente ser inclusivo, mantém na sua prática, hierarquias de poder. Nesse cenário, a educação configura-se como um vetor essencial para a formação de sujeitos críticos, capazes de compreender e resistir às dinâmicas da globalização excludentes. Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar a práxis da Educação Intercultural em uma escola pública brasileira de ensino médio e sua contribuição para a formação de sujeitos críticos e atuantes na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, sob a perspectiva latino-americana. Os objetivos secundários contemplam a análise da interculturalidade crítica, conforme os aportes teóricos de Catherine Walsh; a decolonialidade do poder e do conhecimento, segundo Aníbal Quijano; os desafios da práxis educativa intercultural no contexto escolar, com base em Vera Candau; a análise da implementação da interculturalidade no Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando sua abordagem interdisciplinar, transversal e decolonial no currículo, e a ótica de estudantes e professores sobre a formação intercultural na prática. O estudo de caso foi realizado no Colégio Estadual Hispano-Brasileiro João Cabral de Melo Neto, localizado no Rio de Janeiro, uma instituição de ensino médio regular, com proposta de proficiência na língua espanhola e declarada intercultural. Para a coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas com professores estudantes e gestores, e a análise documental do Projeto Político Pedagógico (2017-2024) da instituição. Os resultados indicam a presença de práticas de diálogo intercultural no ambiente escolar, promovendo a valorização da diversidade e a inclusão. Essas iniciativas contribuem para a construção de um espaço educativo mais equitativo, mitigando formas de violência simbólica, verbal e física por meio do reconhecimento da alteridade. Observou-se que a Educação Intercultural favorece o desenvolvimento do pensamento crítico sociopolítico dos estudantes, fortalecendo seu protagonismo e potencial de atuação política diante das desigualdades sociais. Contudo, a efetivação dessa abordagem enfrenta desafios significativos. A formação desigual dos professores em temáticas como interculturalidade e decolonialidade compromete a transversalidade desses conteúdos no currículo. E questões estruturais da política educacional do Estado do Rio de Janeiro, como a redução da carga horária para planejamento pedagógico, dificultam a construção de práticas interdisciplinares. A inadequação dos espaços físicos também limita a inclusão de pessoas com deficiência e restringe atividades pedagógicas integradas. Soma-se a isso o subaproveitamento do regime de ensino integral, dificultando a implementação de práticas interculturais eficazes. Esses fatores, entre outros citados na pesquisa, resultam na fragmentação da práxis da Educação Intercultural na instituição analisada. |