Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Reis, Fernando da Silva
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Orientador(a): |
Osório, Ana Alexandra Caldas
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28581
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Resumo: |
A confiança – uma das dimensões mais importantes do comportamento pró-social – é essencial para as relações interpessoais harmoniosas. Entretanto, o conhecimento sobre as bases biológicas da confiança ainda é incipiente. Pesquisas sugerem que o sistema ocitocinérgico apresenta um importante papel no estabelecimento da confiança interpessoal e que a amígdala – estrutura cerebral com grande densidade de receptores de ocitocina (OT) e altamente recrutada no processamento de informação socioemocional – está diretamente implicada na manifestação de comportamentos de confiança. Neste domínio, estudos demonstraram associações entre polimorfismo do gene de receptor da OT (rs53576) e perfis diferenciados de confiança interpessoal. Sabendo-se disso, esta pesquisa visou analisar as relações entre polimorfismo do gene de receptor da OT (rs53576), neuroimagem da amígdala e a manifestação comportamental da confiança. A coleta de dados foi realizada em duas partes: na primeira, coletou-se amostras sanguíneas para genotipagem do polimorfismo rs53576 e o preenchimento do questionário IGTS para avaliação da expressão da confiança; na segunda parte, realizou-se exame de imagem por ressonância magnética funcional (IRMf) com o objetivo de obter dados funcionais e estruturais da amígdala enquanto os colaboradores realizavam tarefas de jogo econômico e de confiabilidade de rostos humanos – ambas implicando julgamentos de confiança. Todos os participantes (N = 39) eram homens, entre 18 e 44 anos (M = 23.8; DP = 5.87), destros e clinicamente saudáveis. Destes participantes, 31 (79.5%) se autodeclararam brancos, 34 (87.2%) estavam cursando Graduação e 17 (43.6%) pertenciam à classe social B2. Houve a perda amostral de 12 colaboradores, sendo que a amostra final constituiu-se de 27 colaboradores (69.2%). Destes, 12 (44.4%) eram homozigotos selvagens (AA), 10 (37%) heterozigotos mutantes (AG) e 5 (18.5%) homozigotos mutantes (GG). Uniu-se os mutantes em um mesmo grupo a fim de avaliar a influência do alelo G na expressão de confiança. Encontrou-se diferença significativa na expressão de confiança na tarefa Confiabilidade de Rostos, sendo que o grupo GG apresentou maior expressão de confiança do que o grupo AG (p = .034) e o grupo AA (p = .005). Foi constatada diferença significativa no volume do núcleo lateral da amígdala esquerda e direita (p = .007 e .017, respectivamente), sendo que os selvagens apresentaram menor volume destes núcleos; diferença significativa entre a ativação do núcleo lateral esquerdo (p = .011) sendo que o grupo AA apresentou maior contraste nas respostas de confiança e não confiança do que o grupo AG. Além disso, as análises de correlação entre as variáveis dos testes evidenciaram que os mutantes apresentaram maior número de correlações significativas e com maior magnitude de efeito em comparação aos selvagens. Em síntese, os resultados sugerem a influência do alelo G e do polimorfismo rs53576 para maiores expressões de confiança, maior nível de consistência nessas expressões e maior ativação da amígdala em contextos pró-sociais. |