Problem posing no ambiente corporativo: proposta e validação de um protocolo baseado nas premissas da reflexão crítica e aprendizagem transformadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Ricardo Alves de lattes
Orientador(a): Brunstein, Janette lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28365
Resumo: Esta tese busca avançar na discussão sobre os processos de posicionamento de problemas nas organizações à luz das teorias de reflexão crítica e de aprendizagem transformadora, desenvolvendo e validando um protocolo de posicionamento de problemas, tendo em vista o endereçamento dos dilemas do ambiente organizacional, e toma por argumento que o exercício do problem posing contribui para que os gestores questionem suas próprias premissas, indo além da forma usual de resolver problemas, pautada na lógica problem solving. Mais especificamente, a intenção foi: (a) elaborar um protocolo de problem posing, baseado nas premissas da reflexão crítica e da aprendizagem transformadora; (b) aplicar o protocolo em um grupo de gestores comparativamente a outro, sem o uso desta ferramenta; (c) aplicar em um grupo de gestores de uma organização, a partir de um problema efetivo dessa instituição; (d) analisar até que ponto esta forma de incentivo à problematização fomenta a reflexão crítica e a transformação nos grupos estudados; e (e) discutir as implicações do uso do protocolo no engajamento dos gestores nos processos crítico-reflexivos e de transformação. O referencial teórico articula a literatura de Dewey (1953), Schön (1993), Freire (1970) e Mezirow (1990), como os instrumentos existentes na literatura acadêmica de fomento à reflexão crítica e à aprendizagem transformadora, elaborado por Myran e Sutherland (2016). Para levar o estudo a efeito, construiu-se um design de pesquisa que contou com a triangulação de dados para a aplicação e validação do protocolo oriundos de um caso-problema, da formação de grupos focais, de entrevistas individuais sobre o uso do protocolo nas organizações e da aplicação em um problema efetivo de empresa. As informações coletadas foram analisadas pelo método da condição necessária de Dul (2016, 2020) e pelas perspectivas de significado fundamentada em Mezirow (1990). Concluiu-se que, tanto nos grupos focais em que foi aplicado o protocolo baseado no caso-problema, bem como no que foi aplicado em uma organização, que o exercício do problem posing abre espaço para a reflexão crítica, potencializando a aprendizagem transformadora. Emergiram metáforas na direção da reconfiguração de problemas, autorreflexão e problem posing do que estava implícito na situação-problema. No que diz respeito às limitações, preponderou o hábito mental tradicional de análise do fato, dado que há uma resistência natural a mudança nos seres humanos. Estes resultados advogam à necessidade da incorporação de uma cultura orientada ao problem posing, que se sobreponha ao problem solving. Ao final, a tese apresenta contribuições teóricas, trazendo elementos para a compreensão do sentido de problematização no ambiente organizacional numa perspectiva crítica e aplicada, metodológicas, sugerindo-se etapas de elaboração, se outros pesquisadores, ou mesmo profissionais de empresa, quiserem replicar ou desenvolver protocolos similares ao desta tese, e práticas, destacando-se a importância do mediador do protocolo em sua aplicação em grupos focais como um facilitador do processo de fomento a reflexão crítica, bem como, o surgimento da autorreflexão nos gestores para a análise da realidade de suas próprias empresas no uso em grupo do protocolo.