Dignidade e relações de poder: um estudo em um call center à luz de Foucault Jones

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Louback, Jones Carlos lattes
Orientador(a): Teixeira, Maria Luisa Mendes lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/23192
Resumo: O estudo da dignidade está presente em várias áreas do conhecimento, como na Filosofia, Teologia, Direito, Medicina. Nas organizações, tem sido discutida principalmente nas relações entre empresas e empregados, mas novos estudos defendem a ampliação para as relações com os demais stakeholders, entre eles os clientes. As relações empresa-clientes são pautadas por estratégias de negócios das organizações e resistências dos clientes a estas estratégias, configurando relações de poder. O presente estudo traz a seguinte questão de pesquisa: como os discursos de dignidade se fazem presentes nas relações de poder entre clientes e empresa? A tese defendida é: em uma perspectiva foucaultiana, os discursos de dignidade estão subjacentes aos discursos de recusas a ser governado dos clientes, pela empresa, e os mesmos são aqui entendidos como exigências de direitos. Desenvolvida sob uma perspectiva foucaultiana de poder, alicerçada no paradigma crítico de pesquisa social, trata-se de uma pesquisa qualitativa que faz uso da análise do discurso. A seleção do corpus ocorreu em uma empresa de call center, situada em uma cidade do Estado de São Paulo. Com oito visitas à empresa, durante quatro meses, foram selecionadas 396 gravações de atendimento e realizadas 27 entrevistas com 18 atendentes e gestores. Os resultados sugerem que os discursos de dignidade dos clientes, subjacentes aos discursos de recusa a ser governado, se fazem presentes à medida que percebem o governo da empresa, além dos limites previamente acordados. São discursos de exigência de reconhecimentos de direitos negados pela empresa, bem como de direito a não sofrer os efeitos do governo em outras áreas da suas vidas e relações sociais. Uma das formas em que os efeitos são reduzidos diz respeito às tentativas de governo do cliente sobre a empresa. Sugestões para pesquisas futuras e para a prática são apresentadas.