O estabelecimento da cadeia referencial em português: uma análise em diferentes sequências textuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Luciana Ribeiro de lattes
Orientador(a): Neves, Maria Helena de Moura lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25325
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de analisar, do ponto de vista das relações enunciativas, o estabelecimento da cadeia referencial em diferentes sequências textuais (narrativas, descritivas e dissertativas) do gênero romance, no Brasil. Numa perspectiva funcionalista (HALLIDAY 1964; 1973; 1978; 1989; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004; DIK, 1997; NEVES, 2004, 2007) que aproveita desenvolvimentos da linguística do texto e da linguística cognitiva, a proposta se dirige à língua em função, numa visão discursivo-textual da gramática. Na realização da pesquisa, instituiu-se como campo central da análise a cadeia referencial endofórica, vista sob o ângulo da enunciação, com suas categorias triádicas. Nessa proposta, objetivou-se, especificamente, a verificação e a interpretação: dos diferentes preenchimentos fóricos das casas em que se opera a referenciação textual (sintagma nominal, pronome, zero); da relação entre o modo de preenchimento das casas e o modo de criação e manutenção da rede referencial; do jogo enuncivo-enunciativo que se monta nessa rede, segundo as sequências textuais selecionadas em romances de diferentes escolas literárias. A busca de verificação dirigiu-se para: nas sequências narrativas, o tipo de preenchimento fórico usado para referência às personagens e, em relação a isso, o grau de identificação dessas personagens, em correlação com esse tipo de preenchimento; nas sequências descritivas, a introdução e a manutenção dos elementos fóricos que contribuem para construção espacial das cenas em que se operam as descrições; nas sequências dissertativas, a introdução e a manutenção dos elementos fóricos usados na construção do ponto de vista do enunciador. Os resultados dessas análises, dentre outras coisas, mostram (i) nas sequências narrativas: a relevância dos sintagmas nominais na composição descritiva das personagens; o uso não canônico do pronome pessoal que apareceu, mais de uma vez, introduzindo referente; (ii) nas sequências descritivas: uma proporção muito maior de sintagmas nominais e, em contrapartida, um número pouco significativo de pronome ou da referenciação textual zero; a introdução de novos referentes associada à descrição do espaço; (iii) nas sequências dissertativas: em que, na maioria das vezes, o autor introduz sua opinião, uma contribuição especial do conhecimento do contexto de situação para a construção do sentido do texto. Dentro da proposta aqui instituída, conclui-se que qualquer que seja a sequência textual, nela há elementos que constituem uma rede referencial, pela qual entram na constituição da coesão e de todo o sentido do enunciado. Entretanto, ficou evidente que diferentes sequências textuais e, especialmente, diferentes inserções das obras e dos autores em diferentes contextos de situação condicionam conduções específicas na montagem das cadeias referenciais textuais.