A “atualização” da linguagem nas versões bíblicas de João Ferreira de Almeida vista com o suporte teórico do funcionalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ribeiro , Artur Freire
Orientador(a): Barros, Diana Luz Pessoa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33634
Resumo: Tendo como suporte teórico o paradigma linguístico denominado Funcionalismo, em particular as propostas de Halliday (1970; 1978; 2004; 2014), Halliday e Hasan (1976; 1989), Dik (1997) e Neves (2018a; 2020), esta dissertação busca verificar em que consiste aquilo que os tradutores das versões bíblicas a seguir consideram português brasileiro ‘atual’. Considerando-se que as obras em análise neste trabalho são a Bíblia Sagrada – versão Almeida Revista e Corrigida – 12.ª edição (2008 [referente à 2.ª edição, de 1969], ARC), Bíblia Sagrada – versão Almeida Revista e Atualizada – 2.ª edição (1993, ARA) e Bíblia Sagrada – versão Nova Almeida Atualizada (2017, NAA), a pesquisa objetiva também: (i) diferenciar o que de linguagem foi considerado moderno nas versões ARA e NAA, já que ambas são apresentadas como ‘atualizadas’; (ii) identificar o que determina as mudanças de linguagem nas versões denominadas ‘atualizadas’; (iii) examinar complicadores para a tradução do texto bíblico; e (iv) refletir sobre questões linguísticas, interacionais e socioculturais abrangidas naquilo que as versões mais recentes em análise neste trabalho propõem como ‘atualização’ da linguagem do texto bíblico. Pode-se considerar que a busca operada e as análises conduzidas avançaram na direção programada, pois foi possível verificar que a ‘atualização’ da linguagem de que falam os tradutores sugere, em geral, o uso de léxico mais popular, corrente, convencional e inclusivo de gênero, desde que essas peças do léxico não se refiram a uma doutrina bíblico-teológica; abrasileiramento do português, diminuição da complexidade dos enunciados, uso de mecanismos mais comuns na oralidade informal; bem como uso de construções e expressões coloquiais e distensas, reflexo da cosmovisão cristã protestante e do aprimoramento exegético, como ainda, em menos casos, conservação de estrutura das línguas originárias da Bíblia; a ARA introduz e/ou preserva solenidade à linguagem. Ao contrário disso, a NAA visa a certo despojamento da linguagem. A ‘atualização’ não é ampla e irrestrita; quando os tradutores oferecem uma nova versão da Bíblia, eles levam em conta o público a que ela se destina e nessa consideração a NAA arrisca-se mais do que suas antecessoras, pois, de modo mais franco do que a ARA, a jovem versão tem de dar conta de atingir dois grupos leitores (especializado e leigo) e ser fiel ao texto fonte. Tudo isso impõe limites à tradução, deixando evidente que traduzir a Bíblia é diferente de traduzir outros textos. Em síntese, o propósito de toda a ‘atualização’ visada pelos tradutores andou no sentido de conciliar com eficiência o texto bíblico e o seu leitor, uma tarefa complexa.