Modelo de tomada de decisão para a identificação de alunos com sinais de dificuldades de aprendizagem: um estudo piloto na educação básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Faria, Daniela Soares Gonzales lattes
Orientador(a): Teixeira , Maria Cristina Triguero Veloz lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/22772
Resumo: Rastrear indicadores de dificuldades de aprendizagem nos primeiros anos de escolarização formal é uma demanda que exige o uso de instrumentos padronizados. A educação básica é um dos contextos apropriados para a implementação desse tipo de instrumentos. O objetivo geral deste estudo foi avaliar a sensibilidade de um modelo padronizado para uso de professores do ensino fundamental I na identificação de alunos com suspeita de Transtorno específico de aprendizagem. A amostra foi composta por: 32 professores de 16 escolas (um professor de sala de aula de 2º ano e um do 4º ano); os respectivos alunos que apresentavam sinais de T.Ap, mas sem laudo diagnóstico de acordo com os prontuários da escola; pais desses alunos. Os instrumentos para coleta de dados foram: o Checklist para identificação de sinais de T.Ap; Breve Monitor de Problemas/Formulário para pais e professores (BPM-T e BPM-P); Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI); Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP); Teste de Desempenho Escolar (TDE); Prova de Consciência Fonológica (PCFO). Os instrumentos WASI, TCLPP, TDE, PCFO, BPM-T e BPM-P foram corrigidos conforme padronização específica de cada um. Foram calculados coeficientes Kappa para a análise da concordância entre professores e pais no Checklist e o teste t de student foi utilizado para comparação de pontuações nos testes entre as crianças do 2º ano e do 4º ano. Os professores identificaram 31 alunos com suspeita de T.Ap, e quatro deles tiveram indicadores de prejuízo intelectual pela WASI. Estes, foram excluídos e avaliados por suspeita de deficiência intelectual. Os resultados mostraram que 64,28% dos alunos do 4º ano classificaram nas faixas baixa e muito baixa na PCFO. Os resultados do teste t de student mostraram que houve diferenças estatisticamente significativas entre os alunos do 2º ano e do 4º ano nas provas de aliteração (p=0,007), segmentação fonêmica (p= 0,02), manipulação silábica (p= 0,02), manipulação fonêmica (p= 0,01), transposição silábica (p= 0,00), transposição fonêmica (p= 0,008) e na pontuação total do teste (p= 0,003). No TCLPP ambos os grupos tiveram as melhores médias de acertos nas pseudopalavras estranhas (o 4º ano obteve a maior média com 9,71 de 10 pontos). Já os desempenhos mais baixos foram observados nas pseudopalavras homófonas com 4,46 e 4,71, nos 2º e 4º ano, respectivamente. O desempenho de todos os alunos na prova de escrita TDE foi baixo, somente 7,14% (4º ano) dos alunos classificaram médio no teste. Em relação à matemática, 16 alunos tiveram a suspeita confirmada de T.Ap com prejuízos na matemática (11 crianças do 4º ano e 5 crianças do 2º ano). Os coeficientes Kappa indicaram concordâncias com significância estatística entre pais e professores na maior parte dos sinais do checklist dos sinais do T.Ap com coeficientes de baixa a moderada qualidade. Os melhores índices de concordância estatisticamente significantes foram em dificuldades de compreensão (Kappa= 0,66) e dificuldades na gramática (Kappa= 0,61). O teste t de student não identificou diferenças estatisticamente significantes entre os relatos de pais e professores sobre problemas comportamentais e emocionais das crianças. O modelo identificou 9 crianças com confirmação de suspeita de dificuldades em leitura (33,33%), 18 crianças com confirmação de suspeita em escrita (69,23%), 16 crianças com dificuldades em aritmética (61,54%) e apenas 5 alunos não mostraram prejuízos de acordo com os testes. Os dados confirmaram a sensibilidade do modelo evidenciando a importância de o professor ter habilidades e ferramentas para uma avaliação objetiva de alunos com suspeita de T.Ap.