Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Henrique Geraldo
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Orientador(a): |
Bido, Diógenes de Souza
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/23281
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Resumo: |
Abordagens recentes, no campo de estudos da administração e organizações, têm considerado a desaprendizagem individual o meio pelo qual a pessoa pode romper com os efeitos de obstrução provocados por aprendizados já adquiridos, com a finalidade de facilitar o processo de aquisição de novos. Nessa perspectiva, entende-se que a desaprendizagem pelo indivíduo constitui-se em um elemento, especialmente importante, para lidar com a resistência pessoal em relação aos processos de mudança organizacional e de inovação, e para o encaminhamento de solução de problemas na organização. Contudo, apesar da importância atribuída ao tema, argumenta-se haver pouca compreensão empírica sobre a forma pela qual o mecanismo da desaprendizagem opera e quanto aos seus efeitos sobre o conhecimento individual, o que tem contribuído para que o desenvolvimento teórico do tema mostre-se, conceitualmente, confuso. Por isso, esta pesquisa foi orientada pela seguinte questão de pesquisa: como ocorre a desaprendizagem de gestores e que implicações esse processo tem na aprendizagem destes indivíduos? Para tal, o objetivo geral foi o de descrever e analisar as interpretações formuladas por gestores sobre situações de desaprendizagem individual, vivenciadas a partir de um evento de fusão ou aquisição empresarial (F&A), bem como os efeitos desta experiência sobre o aprendizado desses indivíduos. Com base nos pressupostos filosóficos do interpretativismo, adotou-se como estratégia de investigação a pesquisa narrativa, delineada em consonância com as proposições de Riessman (2008) e Schütze (2014). Os dados foram coletados por meio de entrevistas episódicas (FLICK, 2002), junto a 20 gestores que vivenciaram o evento de F&A e as narrativas analisadas por meio do método da análise temática de narrativas (RIESSMAN, 2008). Os resultados conduzem ao entendimento de que, no caso desses gestores, a desaprendizagem individual representou a adoção deliberada de um comportamento voltado a interromper a prática de aprendizados prévios, com o propósito de adaptar-se a uma situação de mudança, a qual pode demandar ou não a aquisição de novos aprendizados. As principais implicações decorrentes deste achado envolvem as seguintes considerações sobre a ocorrência do fenômeno: o mecanismo da desaprendizagem individual envolve a interrupção de um modo de pensar ou agir, em contraponto às abordagens que o delimitam por meio de ideias como descarte, abandono ou esquecimento; a desaprendizagem e a aquisição de novos aprendizados podem ser tomadas como processos distintos, diferentemente das abordagens que sugerem tratar-se de um mesmo processo ou que concebem a desaprendizagem como um tipo de aprendizagem; o principal propósito da desaprendizagem envolveu a adaptação ao contexto organizacional em mudança, ao contrário das abordagens que indicam que sua finalidade seja, apenas, facilitar a aquisição de novos aprendizados ou favorecer a substituição de aprendizados; ao facilitar o rompimento com as barreiras constituídas na forma de atitudes psicológicas de apego aos antigos conhecimentos, a desaprendizagem favorece as aprendizagens que têm por finalidade promover a mudança de compreensões individuais prévias. As contribuições teóricas desta pesquisa advêm da evidenciação do processo de desaprendizagem individual e seus elementos, a partir da interpretação dos próprios sujeitos: em que se constituiu a experiência de desaprender, o conteúdo da desaprendizagem, os fatores individuais e organizacionais que afetaram a desaprendizagem, e os efeitos desta sobre os aprendizados prévios e o conhecimento individual. Quanto às contribuições práticas, entende-se que a desaprendizagem representa um meio pelo qual gestores possam lidar com a falta de efetividade de processos de aprendizagem e de mudança, mediante a adoção de ações voltadas à desaprendizagem em processo de treinamento e desenvolvimento pessoal, e de mudança organizacional. |