Processamento fonológico e velocidade de nomeação automática rápida em jovens e adultos analfabetos funcionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Michelino, Matheus Sant'Ana lattes
Orientador(a): Macedo, Elizeu Coutinho de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/22760
Resumo: A leitura é uma habilidade cognitiva complexa e sua aquisição depende do acesso a escola e a um sistema de ensino com qualidade. No entanto, a qualidade do ensino e a taxa de evasão escolar ainda produzem altas taxas de analfabetismo e baixas habilidades de leitura no Brasil. Dados de 2018 indicam que 29% da população brasileira pode ser classificada como analfabetos funcionais. Entretanto, apesar da aplicação de provas de leitura em avaliações nacionais ser importante para detectar as taxas de analfabetismo na população adulta, os resultados são pouco conclusivos sobre o impacto dos diferentes processos cognitivos e linguísticos subjacente à leitura nessa população. Verifica-se uma lacuna de conhecimentos específicos sobre os processos cognitivos envolvidos no desempenho de leitura de jovens e adultos analfabetos funcionais e, em que medida, esses processos se diferenciam dos considerados bons leitores. Nesse caso, ainda são necessários estudos que mostrem se a consciência fonológica e a nomeação automática rápida são também habilidades correlacionadas ao desempenho em leitura e escrita em adultos analfabetos funcionais, assim como é em crianças. O objetivo do estudo foi avaliar o desempenho em consciência fonológica e velocidade de nomeação automática rápida, em jovens e adultos analfabetos funcionais e comparar com crianças em processo de alfabetização e adultos plenamente alfabetizados. Participaram do estudo 84 participantes, sendo 26 jovens e adultos analfabetos funcionais, 28 crianças do 3º ano do Ensino Fundamental e 30 jovens e adultos universitários e bons leitores. Todos os participantes foram avaliados por meio de uma bateria ampla de testes neuropsicológicos e de leitura e escrita. Além disso, foram registrados e analisados os movimentos oculares nas tarefas de Nomeação Automática Rápida e leitura. Análises de Covariância (ANCOVAs) Multivariada, controlando o nível de inteligência, indicaram que os jovens e adultos analfabetos funcionais não se diferenciam das crianças e dos universitários nos subtestes silábicos da prova de Consciência Fonológica, entretanto tiveram melhores desempenho do que as crianças em transposição fonêmica e no escore geral dos subtestes fonêmicos, sendo que os universitários obtiveram os melhores resultados. Em relação ao desempenho em Nomeação Automática Rápida, o grupo de analfabetos funcionais obteve melhores desempenho do que as crianças nas tarefas não alfanuméricas e nas alfanuméricas, sendo que os universitários novamente obtiveram melhores desempenhos. Também foram encontradas diferenças nos padrões de movimentos oculares durantes as tarefas de nomeação e leitura.