Evangelismo com sangue e água: dos rituais Pontos de Contato ao sujeito iurdiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Orozco, Bardekc Marcela Pacheco
Orientador(a): Souza Neto, João Clemente de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/39845
Resumo: Os rituais de Ponto de Contato utilizados na Igreja Universal do Reino de Deus são uma característica da doutrina iurdiana. Dão-lhe uma identidade dentro do neopentecostalismo, mas pouco se percebe sobre o impacto que as relações com a Teologia da Prosperidade ou do Domínio, bem como a forma como constrói um sujeito para o capitalismo. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo compreender as relações dos sujeitos que compõem esse ritual com o Espírito do Capitalismo no Brasil. É preciso entender as relações entre esses sujeitos que possibilitem a manutenção da doutrina iurdiana dentro do conceito espírito de capitalismo ao longo dos quase 50 anos de existência da IURD. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, propondo a Teoria do Reconhecimento de Honneth como metodologia para definir o sujeito a partir de seu desenvolvimento intersubjetivo desde as relações de família até o conceito de cidadão. Com isso, permitiu se um estudo interdisciplinar entre arte, educação e cultura, foram identificadas algumas relações que a doutrina iurdiana mantém com a cultura brasileira e, por sua vez, com o espírito atual do capitalismo segundo a teoria de Boltanski e Chiapello, além das contribuições de teóricos brasileiros como Chauí, Fernandes e Antunes, nas quais ficam evidentes traços claros de um racionalismo que reprime emoções negativas a fim de tornar o sujeito capaz de resolver seus próprios problemas sob o esforço de pequenos planos que lhe permitem realizar seu dia a dia para elaborar ideias mais complexas. Também, do individualismo típico de sistemas econômicos em rápido desenvolvimento em que o sujeito constrói sua autorrealização ignorando os laços sociais e, por fim, a justificativa das desigualdades sociais entendendo que os privilégios alcançados pelas minorias dentro da nação são merecidos por sua capacidade visionária. Nesse contexto, ele é um sujeito obediente e ativo dentro da IURD, responsável por seus gastos que o forçam a desenvolver uma racionalidade e individualismo que esconde e mascara suas emoções negativas e lhe permite criar um estilo de vida social baseado na troca sacrificial com Deus. O estudo expõe a concepção de ritual como estratégia política com a qual o líder religioso e fundador da Instituição evidencia sua perspectiva sobre o sujeito a partir de si mesmo, é dizer esse sujeito ideal é reflexo dele ainda com suas habilidades e deficiências.