O capital cultural da criança na aprendizagem da linguagem escrita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lopes, Andrea de Mello lattes
Orientador(a): Dickel, Adriana lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Educação
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://10.0.217.128:8080/jspui/handle/tede/702
Resumo: O presente estudo consiste em analisar em que medida o capital cultural das crianças interfere na aprendizagem da linguagem escrita, tendo como eixo norteador os sentidos produzidos sobre o processo de alfabetização pelos diferentes sujeitos, integrantes da prática pedagógica (professora, alunos e pais) de uma classe de primeiro ano de uma escola pública do município de Santo Antônio do Planalto RS. O texto apresenta conceitos sobre alfabetização, capital cultural da criança, configurações familiares, relação família e escola no processo alfabetizador, na perspectiva de Bernard Lahire, Jenny Cook-Gumperz e Magda Soares, entre outras referências. A trajetória da pesquisa está ancorada na abordagem qualitativa, de cunho etnográfico, a qual possibilita uma aproximação com o contexto sociocultural e institucional da realidade investigada. Foram utilizadas no trabalho de campo as seguintes estratégias: observação de aulas, entrevista semi-estruturada com a professora e questionário endereçado aos pais. A confluência do conteúdo resultante disso possibilitou uma aproximação com o contexto cultural em que as crianças estão inseridas e com as práticas pedagógicas dentro do espaço escolar. Com base nas leituras realizadas e dos achados de campo foram constituídos três eixos de análise: um deles se refere ao sujeito da pesquisa a professora alfabetizadora; outro se refere à prática escolar alfabetizadora; e, por fim, o terceiro diz respeito ao capital cultural familiar e a alfabetização. Constata-se que as famílias possuem uma concepção de escola baseada nas relações socializadoras que se estabelecem entre as duas instituições. Os pais preocupam-se em auxiliar seus filhos em compasso com as estratégias desenvolvidas na escola pela professora, o que reforça, por vezes, um ensino mecânico e descontextualizado das práticas efetivas pelas quais circulam os textos escritos. Observa-se, portanto, um distanciamento entre o discurso da escola sobre a família, que denuncia a omissão e a passividade face ao processo de aprendizagem de seus filhos, e as percepções que as diferentes configurações familiares têm da escola, da professora e dos seus próprios papéis. Este estudo oferece subsídios para gestores dos diferentes níveis do sistema de ensino em relação à formação dos professores alfabetizadores e da prática alfabetizadora. A alfabetização não é simplesmente um problema da escola ou da criança, mas uma tarefa que envolve a escola, a criança e a família. Como historicamente responsável pela efetivação dessa aprendizagem, a escola deve repensar suas práticas alfabetizadoras, integrando metodologicamente o capital cultural da criança no ensino da linguagem escrita e tendo como parceiros os sujeitos integrantes das diferentes configurações familiares existentes no meio social em que ela está inserida