Uso tópico de células-tronco mesenquimais heterólogas de tecido adiposo canino no tratamento da ceratoconjuntivite seca em cães

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Sgrignoli, Marcos Rogerio
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Oeste Paulista; Doutorado em Fisiopatologia e Saúde Animal; Brasil; UNOESTE
• Palavras-chave em Português: Células-tronco mesenquimais. Tópico. Ceratoconjuntivite seca. Marcadores Imunológicos. Olho seco. Citologia. Histopatologia, Cães.; Mesenchymal stem cells. Topic. Dry keratoconjunctivitis. Immunological Markers. Dry eye. Cytology. Histopathology, Dogs.; CIENCIAS AGRARIAS::MEDICINA VETERINARIA
• Link de acesso: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1147

A ceratoconjuntivite seca (CCS) é uma doença ocular inflamatória crônica, principalmente imunomediada em cães e homens. Estudos descrevem o uso de células tronco mesenquimais (CTM) injetável na glândula lacrimal canina no tratamento da CCS. Este é o primeiro estudo com uso tópico de CTM que seria uma técnica mais prática. O objetivo desta pesquisa foi analisar a eficácia do uso tópico de CTM heterólogas de tecido adiposo canino no tratamento da CCS em cães. Foram utilizados 22 cães com diagnóstico bilateral para CCS avaliados pelos sinais oculares, Teste Lacrimal de Schirmer 1 (TLS-1), Teste de Ruptura do Filme Lacrimal (TRFL), Teste de Fluoresceína (TF) e Teste de Lissamina Verde (TLV). Para análise citológica foi realizado citologia esfoliativa conjuntival e para análise histopatológica foi realizado biopsia conjuntival e punção aspirativa por agulha fina da glândula da terceira pálpebra. Os animais foram tratados topicamente com 50µl (1x106 CTM), em ambos os olhos, em 4 aplicações com intervalo de 7 dias, e colírio lubrificante à base de propilenoglicol, 1 gota, 3 vezes ao dia, em ambos os olhos, somente por 30 dias, e observados por 180 dias com exames oculares periódicos. Houve uma melhora significativa (p<0.05) nos sinais clínicos oculares e na resolução das úlceras de córnea, e aumento significativo (p<0.05) no TRFL e TLS-1, até o final do estudo. Houve retorno de secreção ocular e conjuntivite em 7 animais (31,8%) até o final do estudo. Tanto na avaliação citológica quanto histopatológica houve aumento significativo (p<0.05) do número das células caliciformes e diminuição significativa (p<0.05) das células inflamatórias polimorfonucleares e mononucleares, metaplásicas e escama córnea. Houve redução de todos os marcadores (CD4, IL-6, IL-1, TNFα) em ambas as técnicas histopatológicas avaliadas (imunohistoquímica e imunocitoquímica). O uso tópico de CTM e o protocolo terapêutico utilizado demonstraram grande potencial no tratamento adjuvante da CCS. Houve diminuição significativa dos marcadores inflamatórios. Além disso, esses marcadores podem ser excelentes ferramentas para o diagnóstico e progressão da CCS, porém, alguns animais apresentaram retorno dos sinais clínicos da CCS, possivelmente devido à uma reativação da agressão imunomediada às glândulas lacrimais. Desta maneira, mais estudos devem ser realizados para minimizar a agressão imunomediada, possivelmente com o uso de imunossupressores após a aplicação tópica de CTM.