Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Silva, Wanilson Luiz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255207
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Resumo: |
A Faixa Seridó, Província Borborema, NE do Brasil, foi marcada por intensa atividade tectono-hidrotermal durante o neoproterozóico, resultando na formação de pequenos depósitos e ocorrências de ouro. Foram investigados o depósito aurífero São Francisco (DASF) e distrito aurífero São Fernando-Caicó (DSC) que são constituídos por mineralizações em veios de quartzo e integram o grupo de depósitos de médio-alto grau metamórfico. O DASF está alojado em micaxistos (Formação Seridó) e o DSC, em rochas derivadas de biotita gnaisses (Formação Jucurutu) e metagranodioritos/metatonalitos (rochas do embasamento). A fase de deformação mais importante foi D2 e gerou, progressivamente, as foliações S2, S3 e S4, que foram envolvidas em uma complexa evolução tectono-cinemática. Os veios mineralizados são quartzosos, podendo conter quantidade significativa de granada almandina e/ou silimanita, e ocorrem confinados especialmente em zonas de cisalhamento sin-S3 (médio-alto ângulo). A interação fluido-rocha foi bastante significativa e a petrografia, geoquímica e balanço de massa indicam mudanças químico-mineralógicas marcantes nas rochas encaixantes das mineralizações. No DASF, micaxistos da zona da granada evoluíram para as zonas da cordierita-andaluzita e silimanita-muscovita (encaixante do minério), mediante imobilidade/baixa mobilidade do Al2O3, TiO2, e FeOT. Elementos como o CaO, Na2O, K2O e LOI foram bastante mobilizados. No DSC, biotita gnaisses evoluíram para micaxistos (biotita, muscovita, granada, estaurolita, silimanita ± andaluzita; encaixantes do minério), quartzitos (muscovita ± silimanita) e gnaisses cálcicos (biotita, Ca-Fe-anfibólio, granada), mediante baixa mobilidade do Al2O3 e K2O, e mobilidade expressiva do FeOT , MgO, TiO2, CaO e Na2O. Ainda no DSC, metagranodioritos evoluíram para muscovita (± silimanita) xistos (encaixantes do minério), silimanita quartzitos e gnaisses cálcicos, mediante baixa mobilidade do Al2O3, K2O e SiO2, e elevada mobilidade do FeOT, MgO, CaO e Na2O. Os processos hidrotermais foram sincrônicos às mineralizações e marcados pelo remanejamento das espécies químicas dentro do sistema. A geotermobarometria químico-mineral computou um intervalo de 2,7 a 4,5 kbares e 560º a 630º C, relativo ao evento hidrotermal/mineralizante. Valores nos intervalos de 8 a 8,4 kbares/600° a 620º C foram calculados em setores do DSC e possivelmente estão ligados a uma fase de cavalgamento (S2) pré-mineralização. As inclusões fluidas em veios de quartzo auríferos e estéreis revelam que o fluido mais antigo que circulou no ambiente era aquo-carbônico (± N2-CH4; Xco2 <= 0,35) e de baixa salinidade (< 8% em peso de NaCI). O fluido evoluiu para aquoso com salinidade variada, a qual foi resultante da interação fluido-rocha durante o hidrotermalismo. Os fluidos mineralizantes foram os aquo-carbônicos e a geoquímica de isótopos de oxigênio mostra que há diferenças entre os veios de quartzo auríferos (δ18O ~ 11,6 a 12,8 %o) e estéreis (δ18O ~ 13,2 a 15,1 %o), sugerindo a possível interação de dois fluidos distintos dentro do sistema hidrotermal. Na mineralização primária, o ouro pode ocorrer livre nos veios (também na encaixante), associado com pequena quantidade de sulfetos (Fe ± Cu), ou ainda associado com óxidos de Fe-Ti. Um estágio desta mineralização é muito rico em sulfetos (Fe ± Cu ± Pb), no qual diminui bastante a concentração do Au. As análises geoquímicas revelam a associação Au ± Cu ± Bi ± As, como sendo comum a todas as mineralizações investigadas. A associação Au + Cu ± Pb coloca as mineralizações em veios da Faixa Seridó em uma situação diferenciada, quando comparada aos depósitos da classe, marcados geralmente por baixo enriquecimento em metais básicos. Balanços de massa sugerem que o ouro pode ter origem extrínseca e deve ter sido transportado dominantemente como complexos clorados. Fatores como interação fluido-rocha, mistura e imiscibilidade de fluidos devem ter contribuído para a sua precipitação. |