Concordância entre o débito cardíaco estimado através das técnicas de termodiluição transpulmonar e de análise de contorno de pulso e a técnica de termodiluição de artéria pulmonar em cães anestesiados com isoflurano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Garofalo, Natache Arouca [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/134333
Resumo: Introdução e objetivos: Mensurações do débito cardíaco (DC) pela técnica termodiluição transpulmonar (DCTP) e pela análise de contorno de pulso com calibração pela técnica transpulmonar (DCACP) são alternativas menos invasivas em comparação ao DC fornecido pela técnica de termodiluição de artéria pulmonar (DCP). Entretanto, instabilidades hemodinâmicas podem alterar o desempenho destes métodos. A Fase I do estudo objetivou avaliar se a utilização de 10 mL de indicador térmico (solução fisiológica a ≤ 5oC) para o DCTP (artéria femoral) promoveria melhor concordância e habilidade em detectar alterações no DCP em comparação a 5 mL de indicador. Na Fase II, objetivou-se verificar se alterações na resistência vascular sistêmica (RVS) influenciariam a concordância e a habilidade em detectar tendências entre o DCACP e o DCP. Métodos: Em 8 cães adultos (20,8–31,5 kg), mensurações simultâneas em triplicata do DCTP e DCP foram obtidas utilizando 5 e 10 mL de indicador térmico durante anestesia com isoflurano associado ou não com a infusão contínua intravenosa de remifentanil (0,3 e 0,6 μg/kg/min) ou de dobutamina (2,5 e 5,0 μg/kg/min) (Fase I). Durante a Fase II, o DCACP e o DCP foram mensurados simultaneamente (triplicata) antes e durante alterações na RVS induzidas pela infusão contínua de fenilefrina (1,0 μg/kg/min) ou de nitroprussiato (1,0 μg/kg/min). A acurácia e a precisão da concordância entre métodos foram estudadas pela análise de Bland-Altman para medidas múltiplas (Fase I) e para medidas únicas em um mesmo indivíduo (Fase II). A habilidade dos métodos testados (DCTP e DCACP) em detectar alterações no método de referência (DCP) foi avaliada pela análise gráfica em quatro quadrantes e análise gráfica em coordenadas polares. Resultados: A média das diferenças (limites de concordância, em L/min), “bias” percentual (BP) e erro percentual (EP) entre o DCTP e o DCP foram de 0,62 (-0,11–1,35), 16% (BP) e 19% (EP) com o uso de 5 mL de indicador térmico, e 0,33 (-0,25–0,91), 9% (BP) e 16% (EP) com o emprego de 10 mL de indicador térmico. Durante a Fase II, a média das diferenças (limites de concordância), BP e EP foram de 0,22 (-0,63–1,07), 6% (BP) e 23% (EP) durante a infusão de fenilefrina e de 2,12 (0,70–3,55), 43% (BP) e 29% (EP) durante a administração de nitroprussiato. As taxas de concordância entre o DCTP e DCP foram de 100% para ambos os volumes de sinal térmico após a exclusão de alterações no DC ≤ 0,5 L/min (Fase I). Durante a Fase II, a taxa de concordância entre o DCACP e DCP foi de 63%. O ângulo polar médio e os limites radiais de concordância foram de 2° (-10°–14°) e -1° (-9°–6°) para 5 e 10 mL de indicador térmico, respectivamente (Fase I), e 38° (5°–70°) (Fase II). Conclusões: O DCTP superestima o DCP. O uso de 10 mL de indicador térmico melhora a concordância (acurácia e precisão) e a habilidade em detectar tendências entre o DCTP e o DCP em comparação ao volume de 5 mL. Entretanto, ambos os volumes de indicador térmico podem ser empregados clinicamente para mensuração do DCTP em substituição ao DCP. A vasoconstrição induzida pela fenilefrina não promove deterioração da acurácia da concordância entre o DCACP e o DCP. Entretanto, a vasodilatação induzida pelo nitroprussiato resulta em concordância (acurácia e precisão) clinicamente inaceitável entre o DCACP e o DCP. A DCACP apresenta habilidade pobre em detectar mudanças no DCP durante alterações induzidas na RVS (taxa de concordância < 90%, ângulo polar médio > ± 5º e limites radiais de concordância > ± 30o) e seu emprego não é recomendado clinicamente nestas condições.