Proposta de restauração ecológica no trecho urbano da microbacia do Córrego Água da Ressaca, município de Bauru, SP, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Claudio Augusto Bonora Vidrih
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251016
Resumo: A restauração ecológica da vegetação do cerrado representa um grande desafio à comunidade científica, principalmente, em razão dos métodos consagrados para recuperação de áreas degradadas almejarem um estado clímax idealizado de florestas tropicais preservadas, pautados sobremaneira em concepções antropormorfizadas da natureza e apoiados em aspectos determinísticos e controladores. Aliado a isto, a ciência tem comprovado que no último milênio, na porção oeste do estado de São Paulo, iniciou-se um processo de avanço da mata atlântica sobre as áreas de cerrado típico. Em regiões de transição cerrado-mata atlântica, pesquisas recentes demonstram que o cessar de fatores de perturbação, favorecem um rápido adensamento da vegetação propiciando a proliferação de espécies florestais que se desenvolvem à sombra e suprimindo as espécies heliófitas endêmicas do cerrado. Diante desta complexidade, o presente trabalho se lança a proposição de um projeto de restauro com a aplicação de modelos contemporâneos voltados à ecologia da restauração, onde as técnicas nucleadores possam promover uma sucessão estocástica, voltadas a restituir o ecossistema do cerrado em áreas de tensão ecológica (transição mata-cerrado). A área objeto da pesquisa envolveu um trecho do córrego Água da Ressaca, localizado na zona sul da cidade de Bauru, onde está prevista a criação de um Parque Municipal, como cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC firmado pelo Ministério Público Federal. Visando apoiar o poder público nas tomadas de decisão, o trabalho contempla o diagnóstico ambiental do local de maior interesse à criação do Parque Municipal, reconhecendo a sua vegetação remanescente e identificando a presença de alguns fatores de degradação ou áreas de conflito que impactam na preservação da biodiversidade e na integridade do canal fluvial. Na região onde foi proposta a restauração ecológica, a pesquisa contemplou a caracterização da vegetação e a avaliação do potencial de regeneração natural junto às faixas de preservação permanente, em duas situações distintas: preservada e degradada. Conclui-se que a criação de vazios entre os agrupamentos arbóreos possibilita a manutenção da luminosidade no sistema e consequentemente, favorece a colonização da área restaurada por comunidades vegetais heliófitas típicas do cerrado. Além disso, nas regiões de cerrado, ecótono ou de tensão ecológica, indica-se que os projetos de restauração ecológica que optem pelo plantio de mudas priorizem a utilização de espécies exclusivas do cerrado, em densidade compatível com o estágio inicial de regeneração, a qual varia de 100 a 500 indivíduos lenhosos por hectare.