Resistência em soja a Spodoptera cosmioides (Walker) (Lepidoptera: Noctuidae) mediada por compostos secundários expressos constitutivamente ou induzidos por herbivoria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Freitas, Marcelo Mueller de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191779
Resumo: O manejo de pragas na cultura da soja tem sido realizado principalmente através de plantas geneticamente modificadas que expressam proteínas inseticidas de Bacillus thuringiensis (Bt) e inseticidas químicos. Entretanto, estes métodos de controle não têm apresentado controle satisfatório, uma vez que a soja Bt cultivada no Brasil não possui especificidade para S. cosmioides. Embora alguns eventos Bt contendo outras proteínas tenham sido aprovados para cultivo, a maioria destas proteínas também são expressas em algodão Bt e a exposição contínua pode aumentar a seleção de indivíduos resistentes. O controle químico tem sido considerado ineficiente devido às características bioecológicas de espécies deste gênero, e o número reduzido de ingredientes ativos registrados para o controle de S. cosmioides na cultura da soja, o que também eleva os riscos de evolução de resistência. Assim, o uso de genótipos com características de resistência torna-se uma alternativa promissora, uma vez que as plantas possuem sofisticados mecanismos morfológicos e bioquímicos de defesa contra herbívoros. Portanto, foram avaliados oito genótipos comerciais de soja quanto à resistência constitutiva e induzida por herbivoria a S. cosmioides em dois estudos distintos em que metodologias específicas foram utilizadas para avaliar ambos os modos de expressão. No primeiro estudo, a resistência constitutiva de plantas em estádio reprodutivo R1-R2 dos genótipos foi avaliada através de testes de preferência alimentar com e sem chance de escolha e desenvolvimento biológico por meio dos índices nutricionais de S. cosmioides. O segundo estudo avaliou a resistência induzida por herbivoria prévia em plantas em estádio vegetativo V3 dos genótipos no comportamento e desenvolvimento de lagartas conspecíficas, conforme descrito no primeiro estudo. Em ambos os estudos, foram realizadas análises químicas dos metabólitos secundários expressos nas plantas, que foram comparados aos resultados dos bioensaios. Diferenças significativas no perfil metabólico destes genótipos e efeito negativo no comportamento alimentar e desenvolvimento de S. cosmioides revelaram que diversos compostos secundários estão envolvidos na expressão de ambos os tipos de resistência. De acordo com os resultados do primeiro estudo, alguns genótipos de soja, como UFUS Carajás, UFUS Xavante e UFUS Milionária, apresentaram resistência constitutiva a S. cosmioides. Por outro lado, os resultados do segundo estudo demonstraram que alguns genótipos expressaram resistência induzida, em que destacaram-se UFUS Xavante e UFUS Milionária por expressarem altos níveis de resistência após a herbivoria e afetarem significativamente o comportamento e desenvolvimento das lagartas. Este trabalho fornece resultados interessantes quanto aos diferentes modos de expressão de resistência, a correlação entre eles e a importância da metabolômica em estudos que avaliaram resistência de plantas a insetos e sugere como trabalhos futuros poderão complementar os resultados já encontrados, além de ser discutido como estas características podem ser efetivamente utilizadas no manejo de S. cosmioides na cultura da soja.