Análise técnico e econômica da codigestão anaeróbia da cama de frangos com culturas energéticas para geração de energia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Montoro, Stela Basso [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192752
Resumo: As demandas por energia e alimento aumentarão com as projeções do crescimento populacional mundial. O Brasil está entre os países com o desafio de atender essas demandas. O tratamento dos resíduos gerados na agropecuária tem potencial para produção de biogás e biofertilizante por meio de biodigestores, insumos essenciais para alavancar a produção de alimentos e o desenvolvimento sustentável. Com isso, analisou-se a viabilidade técnica e econômica da codigestão de cama de frango com batata doce ou mandioca visando aumentar a produção de energia e reciclagem de nutrientes dos resíduos da produção de frangos. A utilização de culturas energéticas para codigestão anaeróbia é uma inovação para geração de energia renovável em propriedades rurais e tem ganhado atenção em economias emergentes, que tem como desafio suportar a produção de alimentos com sustentabilidade. O ensaio foi realizado com três tratamentos, cama de frango, cama de frango com batata doce e cama de frango com mandioca. A codigestão com as culturas energéticas foram mais eficientes que a monodigestão. A mandioca superou a batata doce em 17,09% no rendimento médio de biogás diário e reduziu 12 e 3,32% mais sólidos totais e voláteis, respectivamente. No entanto, o potencial de biogás da batata doce 0,449 m3 kg-1SVad e da mandioca 0,457 m3 kg-1SVad não apresentaram diferença significativa, assim como os teores de metano com 61,92 e 61,79%, respectivamente, demonstrando o potencial equivalente das duas culturas na geração de bioenergia. Além da geração de energia renovável, o processo de codigestão produziu um biofertilizante com concentrações médias de 1,24% de N, 3,09% de P e 3,11% de K. Para avaliar se esse sistema é economicamente viável realizou-se a análise econômica pelo método do Fluxo de Caixa Descontado e estocástica com o suporte da Simulação de Monte Carlo, definindo como variáveis de incerteza do modelo os preços de energia elétrica, adubo mineral e biodigestores, com reflexos no Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). Foram elaborados 30 cenários referentes aos três tratamentos do ensaio de digestão anaeróbia em 10 escalas animais, a fim de contemplar pequenos, médios e grandes avicultores. Os resultados dos VPLs anualizados incrementais demonstraram que a codigestão anaeróbia da Cama de frango com batata doce e mandioca melhora os lucros dos médios e grandes produtores em 56 a 275%, quando comparado ao custo oportunidade da venda da cama aviária. Os resultados estocásticos validam a viabilidade econômica de médios e grandes avicultores com 100% de probabilidade, mesmo com variações nos preços de receita e custo do investimento. Aos pequenos produtores é vantajoso o uso das culturas energéticas e a venda do resíduo do processo de preparação do substrato dos biodigestores, como adubo orgânico, para que o investimento seja viável em 64,3 a 100% das possibilidades. Não obstante, a digestão anaeróbia possibilitou a produção de energia renovável 80% mais barata que a média nacional.