Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Muzinatti, João Luiz [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/180406
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Resumo: |
Esta pesquisa tem por objetivo descrever e identificar – na linha de investigação que trata da Educação Matemática Crítica – particularidades específicas do pensamento e da ideologia de alunos de classe média/alta, constituídos e confirmados também em aulas de Matemática. Comumente, o grande objeto de estudos da Educação Matemática Crítica vem sendo o aluno de classes mais baixas, que sofre diretamente a discriminação, as distorções e o processo de exclusão. Porém, tal processo somente perdura em razão de uma ideologia presente em nossa sociedade como um todo. Aqui, tratamos especificamente desta ideologia enquanto característica de alunos oriundos de classes mais privilegiadas. As tradições que perpetuam o jogo de classes e suas discrepâncias dependem daquilo que se transmite nas aulas, mas também podem estar atreladas à maneira pela qual se ensina e se aprende Matemática. Um desses aspectos é o fato de a Matemática ser vista, tratada e ensinada em nosso mundo chamado ocidental como portadora e caminho de Verdade. Entendemos que essa verdade pode ser tranquilizadora para quem aprende sobre o mundo em que vive. Tal Verdade contida na Matemática é uma construção, no mundo ocidental, desde os chamados filósofos pré socráticos, passando pelo platonismo – que estrutura essa relação entre a Matemática e o verdadeiro do mundo -, o pensamento moderno, até chegar às nossas salas de aula contemporâneas. Sutilmente ou não, a Matemática vai perpassando as visões de realidade de nossos estudantes, fazendo com que estes não percebam contradições imensas no mundo, entre elas a injustiça social. Descartando as evidências numéricas acerca da realidade, nossos alunos parecem recolher dos saberes matemáticos o subsídio à tecnologia e às finanças, não questionando acerca da realidade social. Para este trabalho, além de uma investigação no trajeto da Verdade matemática pelo mundo ocidental, uma pesquisa entre alunos de 12 e 13 anos de uma escola de São Paulo nos traz uma coletânea de dados, os quais são transformados em três episódios narrativos. Tais dados foram produzidos em salas de aula, em atividades cotidianas. Atividades dialógicas específicas, proporcionadas pelo professor Lucas e seu estagiário Armando (ambos personagens fictícios) reproduzem fidedignamente as observações, críticas, indagações e conclusões de nossos alunos dessa escola. A partir de embasamento na Educação Matemática Crítica, os episódios são posteriormente analisados no sentido de compartilhar com o leitor a suspeita de que valores, convicções, possíveis questionamentos, mitos e uma considerável passividade quanto às injustiças sociais podem estar sendo transmitidos (pelos educadores) também aos alunos de classes mais favorecidas do ensino fundamental, em aulas de Matemática. |