Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Martins, Thalita Cortez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181161
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Resumo: |
Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), existem atualmente 36,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo. A disponibilização e eficácia da terapia antirretroviral (TARV) permitiu uma mudança no cenário desta pandemia, reduzindo consideravelmente a mortalidade associada à aids. Devido à redução da carga viral plasmática do HIV (CV) para níveis indetectáveis, a TARV permite que ocorra a recuperação de células T CD4+, principal alvo do vírus, e melhora no prognóstico das pessoas que vivem com o HIV/aids (PVHA). Entretanto, as mudanças no compartimento de linfócitos T CD8+, responsáveis pelo controle da replicação viral, são relativamente pouco entendidas durante os vários estágios da infecção. Desta forma, o presente estudo, de caráter retrospectivo, teve o objetivo de avaliar, a partir do levantamento das contagens de células T CD8+, as possíveis correlações entre esta variável e a evolução clínica da infecção, considerando as contagens de células T CD4+, quantificações da CV, tempo de TARV, classe terapêutica utilizada, aparecimento de infecções oportunistas e desfecho clínico (paciente assintomático, progressão para aids ou morte). Para isso, foram analisados 200 prontuários eletrônicos de PVHA acompanhadas no Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia “Domingos Alves Meira” (SAEI-DAM) e diagnosticadas a partir de 2012. Para a análise dos dados, foram realizados os testes, binomial negativa, correlação de Pearson e analisados modelos multivariados de regressão linear. Os resultados mostraram que as menores contagens de linfócitos T CD8+ no momento inicial, foram encontradas tanto em pacientes que apresentavam menores médias nas contagens iniciais de T CD4+ categorizadas (<200 cél/mm³, p=0,0008) quanto menor nadir de linfócitos T CD4+ categorizado (<200 cél/mm³, p=0,004). Quando estas variáveis foram analisadas de forma contínua, o T CD8+ inicial também mostrou correlação negativa com estágio de aids inicial (p<0,0001) e correlações positivas com T CD4+ inicial (p=0,0007), seu nadir (p=0,0003) e com a CV inicial (p=0,0353). Além disso, as contagens de células T CD8+ iniciais se correlacionaram positivamente com as finais (p=<0,0001). Já em relação às contagens de T CD8+ no momento final estudado, foi possível observar correlação positiva com as contagens de T CD4+ finais (p=0,025) e, negativa com o estágio de aids neste último momento (p<0,0001). O esquema terapêutico utilizado pareceu interferir nas últimas contagens de linfócitos T CD8+, pois os indivíduos que utilizavam a classe de inibidores de transcriptase reversa não análogos a nucleosídeos apresentavam, também, as menores médias destas células quando comparados aos que utilizavam inibidores de protease (p=0,037) ou de integrase (p=0,046). A quantidade de trocas terapêuticas e fatores epidemiológicos, tais como, álcool, fumo e uso de drogas, não influenciaram nas contagens de T CD8+. Já na análise pelo modelo de regressão linear, as médias finais de linfócitos T CD8+ foram correlacionadas positivamente tanto com o nadir destas células (p<0,0001) quanto com a condição de aids no momento inicial (p=0,021). Além disso, houve correlação negativa entre T CD8+ final e o nadir de T CD4+(p<0,0001). Devido a grande divergência entre os dados encontrados aqui, mais estudos são necessários para elucidar de maneira mais eficaz a atuação dos linfócitos T CD8+ frente à progressão da doença, bem como a sua influência com os esquemas terapêuticos, visando a melhoria na qualidade de vida das PVHA. |