Mapeamento das áreas de vulnerabilidades socioambientais aos riscos hidrológicos: inundações em Bragança Paulista – SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guerra, Franciele Caroline [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192918
Resumo: Na atualidade, uma série de desastres inter-relacionados ganharam notoriedade no Brasil e no mundo, reunindo episódios que marcaram crescentes perdas, humanas e econômicas, associadas aos riscos e suas consequências. O processo de urbanização, juntamente com a impermeabilização do solo, retificação e assentamento em cursos d’água e encostas, contribuíram para o aumento do impacto de inundações, enchentes e vários outros processos advindos da ação antrópica que levam ao risco socioambiental. Somam-se nas últimas cinco décadas mais de dez mil mortes em desastres naturais no Brasil, a maioria destes relacionadas a inundações e queda de encostas. A magnitude de um desastre está vinculada com os fenômenos sociais, econômicos e demográficos, entre outros, e contribuem para aumentar a vulnerabilidade e exposição da população. O recorte espacial aqui analisado compreende a Região Administrativa do Lavapés, macrozona que envolve a área urbana do município de Bragança Paulista/SP. Bragança Paulista sofre, historicamente, uma série de problemas socioeconômicos e ambientais. Destaca-se o aumento na magnitude e frequência das enchentes devido à extensa cobertura impermeabilizada, pois grande parte da água que antes era infiltrada no solo, passa então a compor o volume que escoa superficialmente. O objetivo principal desta pesquisa funda-se sobre o estudo da espacialidade da vulnerabilidade socioambiental aos riscos hidrológicos, em específico as inundações, considerando a atuação dos fatores desencadeantes na área urbana. Os procedimentos metodológicos são compreendidos em: (a) revisão de literatura e levantamento de dados públicos; (b) elaboração da carta de declividade objetivando-se analisar a suscetibilidade do terreno; (c) classificação da cobertura vegetal e uso e ocupação da terra; (d) coleta e seleção de dados do censo demográfico, com variáveis ponderadas a partir dos critérios de criticidade e capacidade de suporte aplicados à vulnerabilidade social; (e) aplicação da análise fatorial exploratória (AFE) para reduzir a dimensão dos dados; (f) análise de componentes principais (ACP) aplicada aos dados socioeconômicos, demográficos e ambientais; (g) interpretação das séries estatísticas do modelo de AFE; (h) aferição de campo; e por fim, (i) integração dos dados aplicando o método AHP (Analytic Hierarchy Process), que compreende uma análise multicritério para priorização das informações para a elaboração da cartografia de síntese. A integração dos dados obtidos em campo e a elaboração das cartografias intermediárias subsidiaram a confecção da cartografia de síntese final, produzindo assim o cenário da vulnerabilidade socioambiental aos riscos hidrológicos – inundações. Tais resultados possibilitaram uma visão integrada da paisagem com vistas à tomada de medidas mitigadoras por parte do poder público para a gestão municipal. Através da elaboração e análise da espacialidade da vulnerabilidade socioambiental, observam-se áreas mais (e menos) vulneráveis às inundações, o que permitiu estabelecer os padrões de urbanização que impulsionaram e frearam esses processos. A espacialização da vulnerabilidade social apresenta uma tendência de áreas periféricas com alta vulnerabilidade, obedecendo ao padrão de oposição centro-periferia. Por fim, a compreensão acerca do papel da vulnerabilidade socioambiental no âmbito municipal é um recurso fundamental ao poder público para adoção e estabelecimento de políticas e ações de prevenção, alerta, mitigação e recuperação das áreas com população mais vulnerável.