A prescrição de psicofármacos em uma região de saúde do Estado de São Paulo: análise e reflexão sobre uma prática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lamb, Ieda Garms Macedo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/97588
Resumo: Este trabalho de pesquisa analisou a dispensação de psicofármacos prescritos na rede extra-hospitalar do SUS, de 2002 a 2006, em uma Região de Saúde do Estado de São Paulo. Essa prescrição de psicofármacos é entendida, aqui, enquanto componente do dispositivo de medicalização, na concepção de Illich e Foucault e enquanto parte de um mesmo paradigma, o PPHM, conforme proposto por Costa-Rosa. A alta prevalência de transtornos psíquicos, em função de fatores complexos, mais agravados na atualidade, e as alardeadas taxas de medicalização do sofrimento psíquico indicam a grande relevância de investigar o fenômeno com profundidade, considerando que, de acordo com dados obtidos até 2006, em 25 municípios do referido Estado, as prescrições de psicofármacos foram significativas. Utilizou-se o método epidemiológico, baseado em dados secundários fornecidos pelo Farmanet, para o Programa Estadual (SP) de Assistência Farmacêutica na área de Saúde Mental. Os dados referentes aos psicofármacos dispensados foram expressos em DDD (Dose Diária Definida) por mil habitantes/dia, para cada classe terapêutica. As classes terapêuticas mais dispensadas foram antidepressivos, estabilizadores de humor e ansiolíticos, enquanto os antipsicóticos mantiveram dispensação estável, no mesmo período. O estudo realizado apontou grande possibilidade de ocorrência da medicalização do sofrimento psíquico, com suas consequências iatrogênicas. Esta análise pretende fornecer contribuições, neste momento difícil em que as políticas e as práticas próprias do Paradigma Psicossocial tanto lutam para se firmar, em todo o país, como alternativa teórico-técnica e ética ao Paradigma Psiquiátrico Hospitalocêntrico Medicalizador (PPHM).