Efeito do tirosol sobre biofilmes de Streptococcus mutans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Arias, Laís Salomão [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/135864
Resumo: O tirosol é uma molécula de quorum-sensing (QS) que participa do controle da morfogênese em Candida albicans. Contudo, seu efeito como agente antimicrobiano sobre biofilmes de Streptococcus mutans permanece desconhecido. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tirosol em diferentes concentrações sobre a produção de ácido e formação de biofilmes por S. mutans ATCC 25175, bem como quantificar biofilmes pré-formados desta espécie desenvolvidos sobre espécimes de hidroxiapatita (HA) e tratados com tirosol. A concentração inibitória mínima (CIM) de tirosol sobre células no estado planctônico foi determinada de acordo com o método da microdiluição. Na sequência, biofilmes de S. mutans foram formados durante 48 horas sobre espécimes de HA na presença de diferentes concentrações de tirosol (11,25, 22,5, 50, 100 e 200 mmol l-1), usando saliva artificial como meio de cultura. Após, a produção de ácido foi avaliada através da mensuração do pH do meio, enquanto a formação de biofilmes foi determinada através da quantificação da biomassa total (BT), atividade metabólica (AM) e número de unidades formadoras de colônias (UFCs). Ainda, biofilmes pré-formados (24 horas) de S. mutans foram tratados com tirosol a 100 e 200 mmol l-1 por 1 minuto, duas vezes ao dia, durante três dias, totalizando biofilmes de 96 horas. Em seguida, a atividade antimicrobiana foi avaliada por meio da quantificação da BT, AM, número de UFCs e composição da matriz extracelular (proteínas e carboidratos). Gluconato de clorexidina (490 μmol l-1) foi usado como controle positivo. Os dados foram analisados por ANOVA a um critério, seguido pelos testes de Tukey e Holm-Sidak (α = 0,05). Microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi utilizada na análise da estrutura dos biofilmes. A CIM de tirosol foi 90 mmol l-1. Tirosol em concentrações subinibitórias (11,25 e 22,5 mmol l-1) não reduziu a produção de ácido dos biofilmes de S. mutans. Entretanto, biofilmes formados na presença de tirosol a 50, 100 e 200 mmol l-1 mostraram reduções significativas na AM e no número de UFCs, variando de 23,4 a 85,5 % e 1,19 a 4,54-log10, respectivamente. Para os biofilmes pré-formados, os tratamentos com tirosol não promoveram reduções significativas, exceto para a AM do biofilme tratado com tirosol a 200 mmol l-1, a qual mostrou uma redução de 40 % (p = 0.015) quando comparada ao controle negativo. Ainda, o tratamento com tirosol a 200 mmol l-1 resultou em aumento significativo no conteúdo proteico da matriz extracelular do biofilme pré-formado de S. mutans. As imagens de MEV confirmaram os resultados de quantificação das UFCs. Portanto, foi possível concluir que o tirosol mostrou melhores efeitos sobre a formação de biofilmes do que sobre biofilmes pré-formados, e esta molécula de QS não foi capaz de reduzir a produção de ácido dos biofilmes de S. mutans. Esses resultados podem ser úteis no desenvolvimento de terapias tópicas voltadas para a prevenção de doenças orais associadas aos biofilmes, como a cárie dentária.