Investigação do modo de ação independente de receptores do endocanabinóide anandamida por dinâmica molecular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guerra, Mirian Elisa Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
AEA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182231
Resumo: A anandamida é uma molécula anfipática que tem papel fundamental nas funções neurofisiológicas, sendo o agonista endógeno dos receptores canabinóides conhecidos como CB1 e CB2, os mesmos receptores dos compostos psicoativos da Cannabis sativa. Estudos mostram que a anandamida é capaz de realizar suas funções neurofisiológicas mesmo com seus receptores inativos, sugerindo uma atuação independente de receptores. Essa hipótese aliada com a teoria dos lipídios sugere que a anandamida interaja com os fosfolipídios alterando suas propriedades elásticas que levam a uma abertura ou fechamento das proteínas de membrana que são responsáveis por seu efeito biológico. As propriedades elásticas de uma bicamada lipídica podem ser associadas com seu perfil de pressão lateral, dessa forma, para obtermos informações a respeito do modo de ação independente de receptor investigamos como a anandamida particiona em uma bicamada de DOPC e quais propriedades estruturais e elásticas são alteradas por ela. Os resultados mostraram que a preferência do AEA é particionar na bicamada com seus grupos hidrofílicos voltados para a fase aquosa, na posição próxima ao grupo fosfato e éster e mantendo uma estrutura preferencial estendida, onde sua cauda acílica fica protegida das moléculas de água no núcleo hidrofóbico da bicamada. A crescente concentração de AEA não é capaz de alterar significantemente propriedades da membrana como, espessura, área por lipídio e parâmetro de ordem, porém altera significantemente o perfil de pressão lateral e seus parâmetros elásticos, representados pelos momentos da pressão lateral. Para compreender se a crescente concentração de AEA é suficiente para fazer uma proteína transitar do seu estado ativo para o inativo, e vice versa, dois modelos foram utilizados, a inclinação cooperativa e Hélice dobrada. Os resultados em ambos modelos mostram que a AEA tem capacidade de ativação das proteínas de membrana, sendo que na concentração aproximada de 1,7 mol% de AEA é capaz de ativar todas as proteínas.