Produção de tanases por biofilmes de Aspergillus ochraceus e potencial de aplicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Aracri, Fernanda Mansano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181130
Resumo: A utilização de biofilmes como forma inovadora para cultivar fungos filamentosos tem sido cada vez mais empregada na produção de enzimas. Quando o fungo se desenvolve aderido a uma superfície, formando então o biofilme, seu metabolismo é amplificado e consequentemente sua secreção enzimática. Deste modo, a fermentação por biofilme (FB) torna-se uma alternativa atrativa para a produção de enzimas, que são um dos principais produtos de interesse biotecnológico. Dentre as enzimas produzidas por fungos filamentosos, as tanases se destacam devido sua ampla gama de aplicações industriais, como na indústria de alimentos, bebidas, ração animal, farmacêutica e química. Estas enzimas atuam na hidrólise de ligações éster de taninos hidrolisáveis, como o ácido tânico, liberando glicose e ácido gálico, o qual é intermediário na síntese de compostos como o propil-galato (utilizado como aditivo na indústria de alimento), pirogalol (conservante) e trimetropina (antibacteriano). Desta forma, esta pesquisa visou a produção de tanases por biofilmes de Aspergillus ochraceus desenvolvidos em suporte inerte de polietileno. Em FB o fungo foi cultivado em condições ótimas em meio Khanna tendo 1,5% (m/v) de ácido tânico como fonte de carbono e 0,1% (m/v) de extrato de levedura como fonte adicional de nitrogênio, por 72 horas a 28ºC, 50 rpm e pH inicial 5,0. A tanase de A. ochraceus apresentou temperatura ótima aparente de 30ºC e pH ótimo aparente de 6,0. Mostrou também boa estabilidade na faixa de 30º-40ºC, apresentando ainda 50% de sua atividade inicial nos tempos de 100 e 180 minutos, respectivamente. Os valores de pH de 5,0-6,0 foram os mais estáveis. A atividade enzimática foi aumentada na presença de ureia, MnCl2 e NH4Cl, e inibida na presença de íons Ag+ e Ba2+ . A aplicação do extrato bruto para tratamento de efluentes de curtume do couro de bode reduziu em 83% o teor de taninos presentes após 2 horas de incubação. Também reduziu em 62% o teor de taninos presentes na farinha de sorgo após 5 dias de tratamento. A enzima contida no extrato foi capaz de produzir propil-galato, sendo a maior produção obtida em 96 horas de reação. Os biofilmes foram ainda reutilizados e um aumento de 20,5% e 30,5% foram observados na atividade enzimática, respectivamente, na primeira e segunda reutilização. Foi realizada a microscopia eletrônica de varredura dos biofilmes (MEV), na qual a formação de canais foi observada, o que permite a troca eficiente de nutrientes entre o biofilme fúngico e o ambiente. Deste modo, o fungo A. ochraceus em FB apresentou bom potencial na produção de tanase com propriedades importantes para aplicação industrial.