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A relação entre ciência e literatura na pesquisa em Educação em Ciências: uma análise baseada na pedagogia histórico-crítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Rafaela Valero da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214492
Resumo: Esta dissertação objetiva compreender, com base na pedagogia histórico-crítica e seus fundamentos, de que modo os estudos da área de Educação em Ciências justificam a inserção da literatura nas aulas de ciências da natureza. Para tanto, realizamos um levantamento bibliográfico em 13 periódicos nacionais e cinco periódicos estrangeiros da área. Após uma etapa de seleção, analisamos um total de 38 artigos. Além de oferecer um panorama sobre como os autores entendem a relação entre a ciência e a literatura, identificamos três dimensões pelas quais eles a abordam: escolar, estética e epistemológica. Essa organização permitiu que levantássemos problemáticas que esses estudos trazem acerca da relação entre ciência e literatura. A identificação das problemáticas é nosso trabalho interpretativo, e elas dizem respeito ao entendimento dos autores sobre a ciência, a literatura e as funções de ambas na Educação em Ciências. Nem sempre a problemática se refere a uma falha que os trabalhos apresentam, mas às questões que, no nosso entendimento, precisam ser discutidas com o aprofundamento que o materialismo histórico-dialético e a pedagogia histórico-crítica permitem fazer. Nossa discussão se centra nas problemáticas da dimensão escolar porque estas estão mais diretamente relacionadas à questão da literatura na sala de aula. Essas problemáticas são: a literatura como recurso didático para motivar os estudantes; o cotidiano como principal referência para o desenvolvimento da Educação em Ciências; o conhecimento científico reduzido à dimensão abstrata; a perda de especificidade do texto literário, quando este é considerado alternativa ao texto didático; a negação da objetividade da ciência quando esta é reduzida a uma narrativa. Também fazemos apontamentos breves sobre as problemáticas da dimensão estética e da dimensão epistemológica, apesar de não as analisar profundamente. Essas problemáticas são: abordagem exclusivamente psicológica e fenomenológica da estética; aproximação entre arte e ciência que é realizada de modo unilateral ou parcial; defesa da interdisciplinaridade dos currículos. Nossas análises estão baseadas em estudiosos marxistas como A. N. Leontiev, G. Lukács, A. Heller, P. V. Kopnin, K. Kosik, L. S. Vigotski, Dermeval Saviani, Newton Duarte e Lígia Márcia Martins. De acordo com os estudos de nosso levantamento bibliográfico, a literatura na sala de aula de ciências seria um meio de despertar a motivação dos indivíduos ou ainda de tornar o conteúdo científico mais simples. Discordamos dessas afirmações e asseveramos que é preciso desenvolver condições nas quais os conteúdos científicos sejam apropriados pelos estudantes em toda sua complexidade ao invés de buscar pela sua simplificação. Esclarecemos que no interior da relação entre ciência e literatura encontram-se forças que, simultaneamente, as opõem e aproximam-nas. Avançamos ao demonstrar que inserir textos literários nas aulas de ciências não garante inovação, motivação e aprendizado. O processo educativo pode envolver os mais variados meios para garantir a transmissão dos conteúdos escolares, entre eles a literatura, desde que estes estejam subordinados aos objetivos da educação.