O feminismo marxista de Heleieth Saffioti: contribuições à Educação Escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moraes, Samantha Camacam de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193071
Resumo: Este estudo parte da necessidade da incorporação da crítica feminista-marxista pelas teorias pedagógicas que se pretendem herdeiras da tradição marxista, tendo como referência as contribuições da socióloga brasileira, Heleieth Saffioti (1934-2010). Assim, nasceu da identificação de lacunas no campo das pedagogias contra hegemônicas (da teoria histórico-crítica, em especial) no que concerne à dominação-exploração patriarcal, racista e capitalista. Seu objetivo consistiu, então, em sistematizar suas contribuições, identificando implicações para a educação escolar com referência nas sínteses produzidas pela pedagogia histórico-crítica no que tange ao currículo, à didática e aos valores da educação. Fundamentado no materialismo histórico-dialético, tomou-se o nó das contradições sociais formado por gênero, raça/etnia e classe social, ferramenta teórico-metodológica legada por Saffioti (1985), como espinha dorsal desta análise disposta em três capítulos. O primeiro dedica-se dedicado a circunscrever a realidade das mulheres brasileiras na conjuntura atual, que data do golpe de 2018 ao primeiro ano do governo Bolsonaro, e a estrutura social brasileira. No segundo, apresenta-se um quadro dos feminismos, sua história, tipologias e debates contemporâneos, com vistas a analisar o feminismo marxista e o lugar de Saffioti. No último capítulo, alinhavou-se interlocuções possíveis e benéficas entre feminismo, marxismo e educação escolar a partir da questão dos conteúdos e formas de ensino e dos valores da educação e do pensamento da socióloga eleita, com base nas obras O Poder do Macho (1987) e Gênero Patriarcado Violência (2004) e em outros textos. Desse nasceram três ensaios: “Uma crítica ontoepistemológica aos conteúdos escolares e ao currículo”, “O poder nas formas de ensino e na sociabilidade escolar” e “Valores e concepção de mundo para uma educação escolar antipatriarcal, antirracista e anticapitalista”. De forma modesta, esta pesquisa cumpre com a tarefa de iniciar prosas novas e potentes. Feitas as mediações necessárias, conclui-se que o legado de Saffioti pode contribuir para o campo, pois, além de não cindir ontologia de epistemologia, ele é um referencial teórico caro a interpretação, explicação e transformação da sociedade brasileira. Pari passu à educação escolar, sua visão mundo se orienta pela promoção de humanos e pelo projeto societário comunista, incorpora a defesa de uma liberdade em abstrato e a supera ao perseguir uma liberdade verdadeiramente concreta, livre e relacional nas dimensões fundantes das sociedades contemporâneas: gênero, raça/etnia e classe social.