Comportamento temporal dos biomarcadores de lesão oxidativa e de atividade antioxidante em ratos diabéticos tratados com insulina ou curcumina em iogurte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Paula, Monalisa Freitas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154006
Resumo: O diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica crônica caracterizada por distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, como consequência da deficiência na produção de insulina pelas células beta do pâncreas e/ou ao aumento na resistência à insulina nos tecidos, resultando em hiperglicemia. A manutenção da hiperglicemia por longos períodos participa do estabelecimento de diversos distúrbios no equilíbrio pró-oxidante/antioxidante, os quais levam ao estresse oxidativo, o qual culmina em perda de funcionalidade de biomoléculas e assim participa do estabelecimento das complicações microvasculares e macrovasculares do DM. Para amenizar estas complicações, fármacos anti-hiperglicêmicos têm sido utilizados no tratamento do DM. Contudo, tem sido postulado que mesmo com o controle glicêmico, as complicações do DM ainda podem se desenvolverem em indivíduos diabéticos, via uma condição denominada “memória metabólica”, sendo que o estresse oxidativo participa deste processo. Intervenções terapêuticas complementares à terapia anti-hiperglicêmica para o auxílio na prevenção do progresso das complicações do DM incluem o combate ao estresse oxidativo com produtos naturais. Inúmeros estudos têm demonstrado os efeitos benéficos à saúde da curcumina (diferuloilmetano), pigmento amarelo extraído dos rizomas de Curcuma longa L., com ênfase em suas propriedades antioxidantes e anti-hiperglicêmicas. O presente estudo teve o objetivo investigar as mudanças temporais relacionadas ao estresse oxidativo em animais diabéticos e tratados com insulina ou curcumina incorporada ao iogurte. Ratos normais (N) e diabéticos (D, 3 dias após a indução do DM com estreptozotocina, STZ) foram tratados durante 7, 15, 30 e 74 dias. Os grupos: NIOG e DIOG, ratos tratados com iogurte (1 mL/dia); NCUR e DCUR, ratos tratados com curcumina incorporada ao iogurte 90 mg/kg/dia; DINS, ratos tratados com insulina (4U/dia); todos os animais foram tratados com metade das doses de insulina ou curcumina, duas vezes ao dia. Ao final de cada tempo de tratamento, os animais foram pesados, eutanasiados e foram obtidos o plasma e o fígado para as seguintes determinações: (i) glicemia, (ii) marcadores de estresse oxidativo: substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS - plasma) e proteínas carboniladas (PCO - fígado); (iii) atividades de enzimas antioxidantes: superóxido dismutase (SOD - fígado), catalase (CAT - fígado) e glutationa peroxidase (GSH-Px - fígado), paraoxonase (PON1 - plasma); e metabólitos antioxidantes endógenos: grupos sulfidrilas não-proteicos (GSNP - fígado); (iv) marcador de estresse glico-oxidativo: produtos finais de glicação avançada (AGE - plasma). Aumentos nos níveis plasmáticos de TBARS foram observados precocemente no DM experimental (a partir de 3 dias pós-STZ); diminuição nas defesas antioxidantes também foram observadas em fígado e plasma de animais diabéticos: CAT (a partir de 15 dias de tratamento / 18 dias pós-STZ), SOD, GSH-Px e PON1 (a partir de 30 dias de tratamento / 33 dias pós-STZ) e níveis de GSNP (a partir 30 dias de tratamento / 33 dias pós-STZ). Aumentos nos níveis hepáticos de PCO foram observados a partir de 30 dias de tratamento (33 dias pós-STZ) em animais diabéticos. Em relação ao estresse glico-oxidativo, também foram observados aumentos nos níveis circulantes de AGE em animais diabéticos após 30 dias de tratamento. Ratos diabéticos tratados com curcumina em iogurte (DCUR) apresentaram melhora significativa em todos os parâmetros avaliados, prevenindo tanto a diminuição nas defesas antioxidantes quanto a elevação nos biomarcadores de lesão oxidativa e glico-oxidativa, em comparação aos animais DIOG. Os benefícios observados pelo tratamento com curcumina foram semelhantes aos benefícios promovidos pelo tratamento de ratos diabéticos com insulina (DINS). Os resultados obtidos corroboram os achados de estudos anteriores do nosso laboratório e reforçam a capacidade da curcumina em atenuar o estresse oxidativo em animais diabéticos. O presente estudo evidencia que a curcumina em iogurte é capaz de preservar os sistemas de defesas antioxidantes (plasma e fígado) de animais diabéticos, independente da cronicidade do DM, bem como previne a modificação oxidativa de proteínas hepáticas e reduz a lipoperoxidação. Evidências preliminares também sugerem ser a curcumina incorporada em iogurte benéfica na atenuação das modificações causadas pelo glico-oxidativo. Futuros estudos devem ser realizados com o objetivo de avançar no uso da curcumina como terapia complementar aos fármacos anti-hiperglicêmicos, com o objetivo de atenuar o desenvolvimento das complicações a longo prazo do DM.