Grãos de milho de destilaria secos com solúveis em dietas para juvenis de Piaractus mesopotamicus (Holmberg 1987)

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Oliveira, Kátia Rodrigues Batista de [UNESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Biocombustíveis; DDGS; Enzimas intestinais; Pacu; Peixes nativos; Biofuels; Intestinal enzymes; Native fish
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143961

Devido ao maior interesse por biocombustíveis, indústrias brasileiras iniciaram, recentemente, a produção de etanol também a partir de grãos de milho, gerando um resíduo com potencial de uso como ingrediente em rações para animais, o DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis). Por resultar de processos de fermentação de grãos de milho por leveduras e enzimas, este resíduo possui um elevado teor proteico e baixo teor de carboidratos solúveis, o que o torna boa fonte de proteína vegetal em rações para animais. Além do baixo custo, possíveis benefícios relacionados aos resíduos de leveduras e enzimas restantes da fermentação também contribuem para seu potencial de mercado. Desta forma, com este trabalho, objetivou-se avaliar a viabilidade de inclusão do DDGS do milho em dietas para juvenis de Piaractus mesopotamicus em substituição ao farelo de soja. Para tal, foram realizados três ensaios experimentais. No primeiro ensaio avaliaram-se os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) de nutrientes do DDGS para juvenis de P. mesopotamicus (13±0.3 gramas), distribuídos, em delineamento inteiramente casualizado (DIC), em seis tanques de fibra de vidro, na densidade de 35 peixes tanque -1 em sistema de recirculação contínuo de água. A coleta das fezes foi realizada em sistema de Guelph modificado. Após obtenção dos CDAs, foram formuladas dietas contendo cinco diferentes níveis de inclusão de DDGS (0, 10, 20, 30 e 40%) utilizadas nos ensaios posteriores. O segundo ensaio consistiu na avaliação dos CDAs dos nutrientes das dietas contendo 0, 10, 20, 30 e 40% DDGS, onde juvenis de P. mesopotamicus (27±1.4 gramas) foram distribuídos em cinco tanques de fibra de vidro na densidade de 30 peixes tanque -1 em sistema de recirculação de água. Utilizou-se delineamento em Quadrado Latino, 5x5 (05 dietas e 05 períodos). Concomitantemente ao segundo ensaio, e sob o mesmo sistema de recirculação, juvenis de P. mesopotamicus (21±0.2 gramas) foram distribuídos em 20 tanques de fibra de vidro, na densidade de 15 peixes tanque -1, em DIC, e alimentados com as dietas por 100 dias. Neste terceiro ensaio foram avaliados parâmetros de desempenho produtivo, viabilidade econômica, atividade das enzimas digestivas e de estresse oxidativo do intestino, bem como morfologia intestinal dos juvenis. Os dados obtidos de desempenho produtivo, estresse oxidativo e morfometria intestinal foram submetidos à one-way ANOVA e em caso de significância (p < 0.05) foi realizado teste de Tukey adotandose 5% como nível de probabilidade. Dados de enzimas digestivas foram submetidos a two-way ANOVA e em caso de significância para interação foi feita uma one-way ANOVA e teste Tukey a 5%. Os valores obtidos para os CDA do DDGS confirmaram seu potencial de uso como ingrediente proteico em dietas para P. mesopotamicus, assim como os resultados de desempenho produtivo, onde se obteve menor valor de conversão alimentar e melhor eficiência de retenção de proteína para a dieta contendo maior nível de inclusão de DDGS (40DDGS). Os demais parâmetros de desempenho não foram afetados significativamente. A atividade das enzimas digestivas foi reduzida da porção anterior do intestino para distal e para as dietas com níveis superiores a 10% de DDGS. A inclusão de DDGS levou a redução do status oxidativo do intestino e melhoras na morfometria intestinal. Sendo assim, é possível o uso de até 40% de DDGS do milho como ingrediente proteico em dietas para juvenis de P. mesopotamicus, substituindo em totalidade o farelo de soja, mantendo os valores de desempenho produtivo, melhorando a saúde intestinal dos peixes bem como a capacidade de absorção e aproveitamento dos nutrientes disponibilizados na dieta.