Implicações epistemológicas do sonho lúcido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Edmur Santana da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215638
Resumo: O sonho lúcido é uma experiência que ocorre a algumas pessoas quando se tornam conscientes de que estão sonhando durante o próprio sonho. Nesta situação, podem tomar atitudes voluntárias para testar os limites do sonho e compará-lo com a experiência de agência que têm enquanto acordadas. Estes procedimentos, aliados a estudos neurocientíficos, nos possibilitam discutir a realidade do sonho, e a realidade da experiência em geral. Apresentamos aqui algumas linhas de discussão que se apresentam a partir da experiência do sonho lúcido, procurando entender suas possíveis implicações para a epistemologia, visto que este pode jogar luz à nossa compreensão do que é a consciência e como funciona nossa capacidade de compreender o mundo que nos rodeia. Relacionamos a tomada de consciência durante o sonho lúcido com o desenvolvimento cognitivo da mente humana segundo Piaget, e discutimos as duas principais interpretações do sonho lúcido que encontramos na literatura, nos trabalhos de Laberge e Revonsuo. Enquanto para Revonsuo os sonhos são simulações realizadas por um sistema físico-biológico, o cérebro, sem correspondência com uma realidade ideal, para Laberge há a possibilidade de que a tomada de consciência e autocontrole durante o sonho indique um acesso à realidade ideal, caso em que o sonho lúcido seria uma fonte de conhecimento extrassensorial relevante para a epistemologia. Neste caso, a diferença frente ao sono com sonho comum seria que a tomada de consciência e autocontrole durante o sonho lúcido possibilitariam a realização de testes de hipóteses, conduzindo a conclusões sobre a realidade extrassensorial com base na experiência onírica.