Influência da altura do rebordo mandibular na adaptação funcional com próteses totais convencionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Policastro, Vivian Barnabé
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191792
Resumo: O período de adaptação funcional com as próteses totais novas envolve uma série de problemas transitórios, e este período está diretamente relacionado com o sucesso ou falha do tratamento. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da altura do rebordo mandibular no padrão de movimentos mandibulares, na máxima força de mordida oclusal, na função mastigatória, na ingestão de nutrientes e na satisfação dos pacientes em diferentes estágios após a instalação de próteses totais convencionais novas. Vinte e oito indivíduos desdentados totais (RN, n=14, rebordos mandibulares normais; RR, n=14, rebordos mandibulares reabsorvidos) receberam novas próteses totais convencionais. Um cinesiógrafo foi utilizado para registrar os movimentos mandibulares durante a abertura e fechamento e a mastigação de um alimento teste. A máxima força oclusal foi mensurada com o auxílio de um gnatodinamômetro digital, o desempenho mastigatório foi avaliado por meio do método dos tamises e a habilidade mastigatória pela aplicação de questionário específico baseado em uma escala visual analógica (EVA de 100,0 mm), a satisfação foi avaliada por meio de um questionário. A ingestão de nutrientes foi avaliada por meio de diário alimentar de três dias, e posteriormente foi traduzido em valores nutricionais por meio da utilização da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Essas avaliações foram conduzidas em momentos distintos: 24 horas, 30 dias, três meses e seis meses após a instalação das próteses totais convencionais. A análise dos dados foi realizada por meio de ANOVA para dois fatores ou Equações de Estimação Generalizadas (EEG), com nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que houve maior amplitude de abertura e fechamento no período de 30 dias (µ=29,270±1,516 mm) em comparação ao período de seis meses (µ=25,784±1,068 mm) após a instalação das próteses totais, no plano anteroposterior. Ainda, o grupo RR apresentou uma maior amplitude de movimentos mandibulares durante a mastigação (µ=6,854±0,364 mm) em comparação à RN (µ=5,347±0,364 mm). Para o eixo vertical, houve uma menor amplitude de movimentos mandibulares durante a mastigação no período de 24 horas (µ=12,698±0,425 mm) em comparação ao período de seis meses (µ=14,415±0,536 mm) após a instalação das próteses. O período de avaliação foi significante para a máxima força oclusal (ANOVA, p=0,000), sendo observada maior força no período de três meses (µ=78,50±6,49 N) em comparação aos períodos de 24 horas (µ=57,34±5,55 N) e 30 dias (µ=62,72±5,97 N). O tipo de rebordo foi significante para o desempenho mastigatório (ANOVA, p=0,000, RN 30,25±9,93%, RR 12,41±7,17%). Ainda, o período de avaliação também foi significante (ANOVA, p=0,000), o desempenho mastigatório foi maior para o período de seis meses (µ=24,25±12,26 %) em comparação ao período de 24 horas (µ=18,09±10,89 %) após a instalação das próteses. A análise dos escores obtidos na EVA demonstrou efeito significante do rebordo na mastigação de cenoura crua, resultando em maior facilidade (EEG, p= 0,019) desse alimento para RN. Observou-se um efeito significante do período de 30 dias na facilidade em mastigar bife (EEG, p= 0,001), na qualidade em mastigar queijo (EEG, p= 0,000), cenoura crua (EEG, p= 0,001), bife (EEG, p= 0,000) e alface (EEG, p= 0,022). Ainda o período de 3 meses foi significante para a facilidade em mastigar pão fresco (EEG, p= 0,045), cenoura crua (EEG, p= 0,000) e habilidade em mastigar pão fresco (EEG, p= 0,026), maçã crua (EEG, p= 0,003), além da qualidade geral (EEG, p= 0,001). A análise dos escores obtidos no questionário de satisfação com as próteses totais demonstrou efeito significante da altura do rebordo mandibular para a qualidade geral (EEG, p= 0,047), retenção da prótese total inferior (EEG, p= 0,001), capacidade de mastigar (EEG, p= 0,037), conforto da prótese total inferior (EEG, p= 0,000) e somatória (EEG, p= 0,001), sendo melhor no grupo RN.. O período de avaliação foi significante para o conforto com a prótese total inferior (p=0,002), demonstrando que no período de 3 meses (µ=1,61±0,079) houve um maior conforto em relação aos períodos de 24 horas (µ=1,29±0,10) e 30 dias (µ=1,36±10). Ainda, no período de 30 dias, o grupo RN obteve melhor satisfação (µ=2,00±0,00) com a retenção da prótese total superior em comparação à RR (µ=1,64±0,16). Os resultados mostraram que a ingestão de proteínas foi maior no período de três meses (µ= 25,01±0,7 %) em comparação ao período de 24 horas (µ= 20,41±1,7 %) após a instalação das próteses. Este estudo concluiu que, após a instalação de novas próteses totais convencionais, alterações significantes no padrão de movimentos mandibulares ocorrem nos períodos iniciais (24 horas e 30 dias), um período de 3 meses foi necessário para um melhor desempenho mastigatório e da máxima força de mordida oclusal, maior ingestão de proteínas e melhor autopercepção da mastigação e do conforto com a prótese total inferior. Ainda, durante todo o período de avaliação do estudo, concluiu-se que indivíduos com rebordo mandibular normal apresentam maior desempenho mastigatório e satisfação com suas próteses totais convencionais novas.