Viajando pela cultura africana e afro-brasileira: relações étnico-raciais na Educação Física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Suzi Dornelas e Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192836
Resumo: A sociedade brasileira tem sua formação inicial marcada pelas influências de culturas de matrizes europeias, africanas e indígenas, o que configura características, costumes e valores tão presentes e enraizados na história e identidade do país. No entanto, percebemos que as culturas de matrizes africanas e indígenas possuem pouco espaço em processos educativos nos contextos escolares. Diante essa realidade, e focando especificamente nas culturas africana e afro-brasileira nas aulas de Educação Física, traçamos os seguintes questionamentos: é possível desenvolver um planejamento docente dentro da perspectiva das relações étnico-raciais que seja significativo para a aprendizagem dos/as estudantes? Conhecimentos e vivências acerca da história e cultura africana e afro-brasileira possibilitam atitudes não preconceituosas, fortalecem referenciais e a identidade afro-brasileira? Qual a percepção dos/as estudantes sobre o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira? Partindo dessas questões, essa pesquisa de abordagem qualitativa, cujo referencial metodológico foi a pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011), objetivou identificar e compreender os processos educativos decorrentes de uma intervenção com elementos culturais de matriz africana junto a estudantes de uma turma de 5.º ano do Ensino Fundamental nas aulas de Educação Física. Essa foi realizada em uma escola de Educação Básica do município de Bauru, interior do estado de São Paulo, e o público participante foram 26 estudantes e suas respectivas famílias. Para o levantamento de dados, utilizamos os registros do caderno dos/as estudantes, os diários de campo da pesquisadora, questionário inicial e final com os/as estudantes e o questionário dos/as convidados/as que participaram do evento “Festival Viagem pelos Caminhos da África” realizado como parte da pesquisa. A análise categorial temática (GOMES, 2009) seguiu por meio do agrupamento de ideias e expressões dos/as participantes, assim foram elaboradas três categorias para discussão: A) Aprendendo e ensinando elementos culturais de matriz africana; B) Estudar outras culturas transforma a nossa cultura e C) Envolvimento da comunidade escolar. Como frutos desse trabalho foram elaborados dois produtos: o “Planejamento Pedagógico: um diálogo com a cultura africana e afro-brasileira” e o audiovisual “Viajando pela Cultura Africana” que tem como intenção oferecer aos/as professores/as subsídios para efetivar a Educação das Relações Étnico-Raciais na escola. Consideramos que essa investigação foi relevante por permitir discutir, (re)pensar e buscar novas possibilidades para o ensino de conteúdos de matriz africana bem como (re)conhecer que uma intervenção pedagógica sistematizada possibilita aos/as envolvidos/as a ampliação do repertório cultural, valorização das raízes e afirmação do pertencimento étnico-racial; a construção do respeito por essas culturas; mudanças de comportamento como o trabalho coletivo; diminuição de atitudes individualistas e o envolvimento da comunidade escolar que percebeu a riqueza desse processo.