Pós-formance: a desconstrução da condição de presença na performance

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Suárez, Andrés Felipe Restrepo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/256930
https://lattes.cnpq.br/7825610576258851
https://orcid.org/0000-0002-0520-3195
Resumo: Esta tese de doutorado tem por escopo de pesquisa a construção e a defesa do conceito pós-formance, uma nova vertente das artes visuais que diverge da performance tradicional. Pleiteia-se, no reconhecimento da pós-formance, a necessidade de categorizar certos tipos de ações que apresentam uma execução simulada e, mesmo assim, com o passar das décadas, têm conseguido se solidificar até obter uma equivalência ao princípio de procedência arquivístico da performance. Embora sejam ações que de fato nunca foram executadas, têm obtido legitimidade, validação, comercialização e inserção pelo próprio sistema da arte, alcançando lugares privilegiados na performance ocidental. Identifica-se na pós-formance a desconstrução da condição de presença, pois assume-se que, para a criação de uma ação de teor artístico, já não é necessária a fisicalidade dos corpos, a execução efetiva da ação e tão pouco a construção temporal, condições estas que antes eram inalienáveis na performance. Partindo dessa premissa, é possível pensar na pós-formance como uma nova vertente das artes de ação que vai além do corpo humano, além da presentidade do performer e, inclusive, além da execução da ação. Para a confirmação dessa hipótese, tomam-se como casos principais de estudo as obras: Action Pants: Genital Panic (1969), de VALIE EXPORT, 2. Aktion Sommer (1965), de Rudolf Schwarzkogler, Leap into the Void (1960), de Yves Klein, Para inducir al espíritu de imagen (1978), de Oscar Masotta, e Fantasia de Compensação (2004), de Rodrigo Braga, dentre outras. O período de pesquisa restringe-se ao pós-modernismo, contexto social marcado por três mudanças principais para esta tese: a desmistificação da presença física do corpo humano; o giro linguístico, que transformou o discurso em ação; a massificação dos meios de comunicação, que promoveram a virtualização, a edição e os apagamentos dos arquivos e dos acontecimentos. A defesa do conceito pós-formance sustenta-se principalmente na filosofia pós-estruturalista, especialmente no postulado por Jacques Derrida, conhecido por refletir sobre a condição de presença. Os eixos centrais da investigação abordam os conceitos de acontecimento, atos de fala performativos, desconstrução da presença, différance, efeito do hiper-real, escritura, espectralidade, "presença-ausência", mal de arquivo e simulação.