Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Perossi, Gabriela Rizzo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181740
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Resumo: |
Os atendimentos e as estratégias tradicionalmente empregados na área da saúde parecem não ser suficientes para tratamento de forma adequada e efetiva dos sintomas. Neste sentido, dois aspectos chamam atenção: a limitação da perspectiva da doença enquanto uma patologia com base biológica e a centralidade do sujeito na explicação sobre o comportamento. Apenas a explicação biológica não parece ser suficiente para elucidação das “doenças mentais” e mesmo daquelas consideradas orgânicas, como patologias de pele, diabetes, hipertensão, cujos hábitos e experiências podem atenuar ou agravar os sintomas. Por outro lado, apesar de os determinantes sociais serem notados no plano aplicado, pouco se tem feito na área de saúde direcionado a esse aspecto e as propostas interventivas centram-se no nível individual, com frequência em uma perspectiva mentalista. Diante deste quadro, compreender a dimensão social da doença mental é de fundamental importância para a mudança de paradigma. Isto posto, compreendemos como objetivo interpretar, sob a perspectiva da análise comportamental da cultura, a influência de práticas culturais quanto à constituição e manutenção das psicopatologias. Com base nos pressupostos analítico-comportamentais na área da cultura e em dimensões aplicadas da atuação profissional na área da saúde mental, fundamentamos este estudo teórico na seleção, análise e interpretação de textos psicológicos. Discutimos a visão tradicional a respeito dos transtornos psiquiátricos, apontando as limitações explicativas da visão mentalista e patologizante acerca do comportamento inadequado considerado anormal ou atípico. Ademais, explicitamos a compreensão da Análise do Comportamento a respeito das psicopatologias, compreendendo-as como um fenômeno comportamental controlado funcionalmente por variáveis ambientais, selecionado e mantido por variáveis filogenéticas, ontogenéticas e culturais. Em uma perspectiva selecionista do comportamento, a dimensão cultural foi foco de análise, sendo repertórios comportamentais classificados como psicopatológicos e relacionados a práticas comportamentais em situação de grupo. Nesse sentido, contrapomo-nos ao entendimento da psicopatologia como produto de aspectos ou instâncias imateriais e consideramos que grande parte do comportamento é controlada pelo ambiente essencialmente social. A título de elucidação e compreensão da influência das práticas culturais como variáveis influentes no comportamento psicopatológico, procedemos à descrição e análise de algumas contingências da cultura ocidental possivelmente relacionadas às psicopatologias, dentre elas práticas culturais individualistas, práticas culturais que promovem o enfraquecimento de contingências naturais e práticas culturais coercitivas. Por fim, ponderamos que as análises realizadas não almejam abarcar todo o fenômeno e prover soluções ao complexo comportamento classificado como psicopatológico, mas se apresentam como discussões preliminares para compreensão da dimensão cultural e planejamento de ações em saúde que considerem medidas direcionadas a grupos e não apenas a indivíduos. |