Intervenção em estresse, enfrentamento e habilidades sociais: desempenho de estudantes do ensino médio profissionalizante no ENEM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Camargo, Valdirlene Checheto Vincenzi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191318
Resumo: O estresse corresponde a um processo que auxilia o ser humano a se adaptar às mudanças e às situações desafiadoras, fazendo-se presente no cotidiano das pessoas, especialmente na adolescência, período do ciclo vital marcado por profundas mudanças e instabilidade emocional. Diante das adversidades, os indivíduos utilizam estratégias de enfrentamento, as quais consistem em recursos, cognitivos e comportamentais, para lidar com situações que avaliam como estressoras. Se utilizados adequadamente, estes mecanismos auxiliam na eliminação ou na redução do estresse. Igualmente importantes, as habilidades sociais podem auxiliar os estudantes, pois facilitam os relacionamentos sociais, favorecem a aceitação pelos pares, contribuindo na redução do estresse e no ajustamento escolar. Assim, o presente trabalho teve como objetivo investigar os efeitos de uma intervenção, voltada ao manejo do estresse, estratégias de enfrentamento e habilidades sociais, no desempenho do Exame Nacional do Ensino Médio, em estudantes do ensino médio profissionalizante. Participaram do estudo 113 estudantes, de ambos os sexos, de uma escola estadual profissionalizante, do interior do estado de São Paulo, dos quais 49 eram alunos regularmente matriculados no 3º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio, compondo o Grupo Experimental, com previsão de término desta modalidade no mesmo ano. Os outros 64 estudantes cursavam o 3º ano da mesma modalidade, do ano antecedente, também na condição de concluintes, os quais compuseram o Grupo Controle. Os participantes de ambos os grupos responderam, além de um questionário de dados sociodemográficos, aos seguintes instrumentos, aplicados em dois momentos, pré e pós-teste: Inventário de Sintomas de Stress, Inventário de Estratégias de Coping e Inventário de Habilidades Sociais. Os estudantes do Grupo Experimental participaram de uma intervenção voltada ao manejo do estresse, ao desenvolvimento das estratégias de enfrentamento e ao domínio das habilidades sociais, a qual foi desenvolvida na ocasião em que os mesmos cursavam o 3º e último ano de sua formação. As médias do Exame, de ambos os grupos, foram consideradas na análise e comparação dos dados. Para análise das diferenças de respostas no pré e pós-teste e no desempenho do Exame, em ambas os grupos, foi utilizado o teste estatístico t de Student. O teste de Pearson, foi aplicado para verificar correlação entre os diferentes construtos no pós-teste e entre as médias do ENEM. A regressão linear também foi utilizada para predizer o melhor desempenho, nos grupos, considerando os instrumentos e as habilidades investigadas. Os resultados sinalizaram que o estresse elevado, dentre os participantes do Grupo Experimental, os quais apresentaram as melhores médias no ENEM, parece não estar necessariamente relacionada a baixo desempenho escolar, sugerindo que outros fatores devem ser levados em consideração nesta relação. Os achados evidenciaram uma correlação negativa significativa entre estresse e habilidades sociais no Grupo Experimental, evidenciando que quanto maior o primeiro, menor a frequência de habilidades sociais. Os resultados da regressão não alcançaram relevância estatística, mas indicaram que no Grupo Experimental o Fator 4 (Auto-exposição a desconhecidos e Situações Novas) foi o modelo que melhor pode predizer as médias mais elevadas no Exame; enquanto que no Grupo Controle, o melhor modelo correspondeu ao Fator 5 (Autocontrole da agressividade a situações aversivas) e à estratégia de Afastamento do Coping. Embora os achados estatísticos não tenham comprovado que as melhores médias no ENEM, pelo Grupo Experimental, foram impactadas pelo Programa de Intervenção, ressalta-se a importância de intervenções psicológicas, ofertadas no contexto escolar, preferencialmente conduzidas por profissionais da Psicologia, as quais podem auxiliar no desenvolvimento de competências necessárias aos adolescentes.