Desenvolvimento profissional de professores de inglês para crianças do ensino fundamental I: possibilidades para a formação e trabalho docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Ana Paula de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181375
Resumo: Esta tese trata da formação de professores de inglês para crianças. A disciplina língua inglesa tem sido incluída cada vez mais cedo no currículo das escolas regulares brasileiras, entretanto, dado seu caráter facultativo na Educação Infantil e Ensino Fundamental I, não há diretrizes oficiais nacionais que orientem a formação de professores para esse contexto (ROCHA, 2006, 2007). Sem desconsiderar a necessidade de (re)pensar os currículos dos Cursos de Letras (SANTOS, 2009; TONELLI; CRISTOVÃO, 2010; dentre outros), defendemos que é preciso investir no desenvolvimento profissional docente (MARCELO GARCÍA, 1999, 2009; OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2009), propondo estratégias formativas embasadas em perspectivas participativas e colaborativas, que considerem a escola como lugar de formação e construção de conhecimentos profissionais sobre a docência (MIZUKAMI, 2013; NÓVOA, 2009; dentre outros). Assim, desenvolvemos esta pesquisa qualitativa (ALVES, 1991; LÜDKE; ANDRÉ, 1986), de natureza construtivo-colaborativa (CYRINO, 2016; MIZUKAMI, 2003; dentre outros), caracterizada como um estudo de caso (GIL, 2008; LÜDKE; ANDRÉ, 1986; YIN, 2001), visando compreender o processo de construção de estratégias formativas em colaboração com oito professores de inglês dos 4os e 5os anos das escolas municipais de Rio Claro/SP. Especificamente buscávamos: identificar especificidades, possibilidades e desafios do trabalho pedagógico dos professores; desenvolver estratégias formativas em colaboração com os docentes, envolvendo-os nos processos de planejamento, desenvolvimento e avaliação das propostas; e analisar suas percepções acerca das estratégias formativas vivenciadas. Os dados, coletados e gerados através de análise documental, observações, entrevistas e grupos focais, revelam que os professores têm dificuldade em mencionar as especificidades de seu trabalho, mas que reconhecem que ensinar inglês para crianças é diferente de ensinar outras faixas etárias e que seu papel nesse contexto também é diferente. No que se refere às possibilidades de trabalho, os professores apontam o desenvolvimento tanto de práticas pautadas por visões sociointeracionistas como de atividades estruturais. Enquanto algumas das dificuldades apontadas advém da natureza facultativa da oferta da disciplina nos anos iniciais da Educação Básica, outras se devem à desvalorização da língua inglesa nesse contexto ou estão relacionadas ao desconhecimento das características das crianças, dos objetivos do ensino de inglês no Ensino Fundamental I e de metodologias adequadas para essa faixa etária. As propostas formativas partiram das necessidades dos professores, que mencionaram, como influências da formação, mudanças no trabalho docente, maior segurança e participação dos alunos nas aulas. Consideramos que a formação se tornou significativa para os docentes e que rompeu com hierarquias, já que, além de protagonistas do próprio processo de desenvolvimento profissional, os professores assumiram a responsabilidade pela proposição de diretrizes para o ensino de inglês para crianças no município. Mesmo considerando que a formação pode ter contribuído para o desenvolvimento profissional dos envolvidos e para a profissionalização (TARDIF, 2013b) desse ensino, reconhecemos as limitações do estudo e a necessidade de trabalhos que investiguem possíveis influências desse tipo de proposta formativa nas práticas docentes e nas aprendizagens dos alunos, reforçando a necessidade de políticas públicas que regulamentem a oferta de línguas estrangeiras nos anos iniciais da Educação Básica e que assegurem e viabilizem formações com características participativas e reflexivas aos professores.