O estatuto enunciativo do intérprete violonista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lemos, Caio Victor de Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151465
Resumo: O presente trabalho investiga o estatuto do intérprete de violão. Partindo da hipótese de que o intérprete contribui para a construção de sentido em uma realização musical, constatou-se a insuficiência de um instrumental teórico que possibilitasse a averiguação de sua relevância enquanto instância participativa do fazer musical. A perspectiva de uma abordagem enunciativa mostrou-se oportuna para os propósitos deste trabalho, além de contribuir para a construção de uma cientificidade na área musical. A dissertação foi desenvolvida em quatro capítulos. O primeiro trata das principais designações atribuídas à atividade do intérprete e das consequências teóricas de cada assunção. No segundo, é traçado um paralelo entre linguística e música, apresentando a afinidade de problemáticas presentes em ambas as áreas, ao mesmo tempo em que desenha paulatinamente o panorama enunciativo sobre essas questões. No terceiro, foram apresentados os princípios da teoria enunciativa, basicamente: as categorias de pessoa, tempo e espaço; os mecanismos de instauração dessas categorias no enunciado; além dos conceitos de dialogismo, uso linguístico e contrato veridictório. Foram apontadas algumas possibilidades de transposição desses princípios e sua aplicação mostrou-se, assim, exequível na área musical. Por fim, no quarto capítulo, foram analisados, dentro de uma perspectiva enunciativa, dois enunciados musicais em vídeo de diferentes intérpretes —Paul Galbraith e Kazuhito Yamashita—tocando a mesma obra, Nocturnal op. 70 de Benjamin Britten. Concluiu-se que é possível atribuir um estatuto ao intérprete de violão por meio de uma abordagem enunciativa. As marcas da enunciação no enunciado nos permitiram depreender como se deu a construção de sentido, as estratégias discursivas, a imagem que o enunciador construiu de si mesmo, além da intencionalidade marcada, atribuindo assim um lugar central ao intérprete na construção do sentido musical.